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Crime / Investigação / Acidente

PM que jogou homem da ponte é preso, mas violência policial continua em São Paulo

O caso não vai gerar uma mudança significativa na estrutura da Polícia Militar (PM). Em pronunciamento, o comandante-geral da PM tratou o caso como resultado de \

Publicada em 06/12/24 às 06:09h - 28 visualizações

A Nova Democracia


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PM que jogou homem da ponte é preso, mas violência policial continua em São Paulo
 (Foto: Rádio Santana)
O militar reacionário Luan Felipe Alves Pereira, que arremessou um homem vivo de cima de uma ponte foi preso preventivamente hoje (5/12). A Justiça Militar afirma que, além da agressão, outros delitos podem ter ocorrido, como prevaricação ou peculato.

O juiz que analisou o caso afirmou que o inquérito “reúne documentos e mídia que evidenciam, sem maior esforço intelectivo, a prática d conduta perpetrada por policial em serviço, atentatoria à integridade física de um civil rendido durante a abordagem policial”.

“As imagens, analisadas em juízo de cognição perfunctória, não revelam nenhuma circunstância anormal ou extraordinária que pudesse justificar a conduta do representado”, conclui o documento.

Ainda não há informação se os outros policiais presentes na cena serão julgados por omissão e cumplicidade por não terem impedido ou crime ou denunciado o colega. O caso só veio à tona por conta de uma filmagem por um civil divulgada nas redes sociais.

Erros emocionais

O caso não vai gerar uma mudança significativa na estrutura da Polícia Militar (PM). Em pronunciamento, o comandante-geral da PM tratou o caso como resultado de “um erro emocional”, “um erro básico”.

Os policiais frequentemente atribuem as ações absurdas e criminosas a erros “emocionais”, apesar de fazerem testes psicotécnicos para trabalhar na corporação.

Recentemente, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que ele cometeu um erro fruto de “emoção momentânea” ao dizer, no passado, que era “vergonhoso” um policial não ter ao menos “3 ocorrências” por homicídio em 5 anos de trabalho.

‘Ações isoladas’

Sobre o caso mais recente, Derrite disse que “ações isoladas como essa não podem denegrir a imagem de uma instituição que tem quase 200 anos de bons serviços”.

A declaração contraria a realidade ao taxar o crime a sangue frio como uma “ação isolada”. A Polícia Militar tem um longo histórico de assassinatos, torturas e execuções, principalmente em São Paulo. O jornalista Caco Barcellos examinou milhares de casos de execuções de pessoas, em sua maioria estudantes e trabalhadores, por parte da PM no livro Rota 66.

A Polícia Militar de São Paulo já matou 712 pessoas até o dia 3 de dezembro de 2024, um número 74% maior do que o registrado no mesmo peródo do ano anterior, quando 409 pessoa foram assassinadas.

Dos assassinatos, 604 foram registrados por policiais no horário de serviço, e 104 por agentes em folga. No dia 3 de novembro, o sobrinho do rapper Eduardo Taddeo (grupo Facção Central) foi executado por um policial em dia de folga no estacionamento de uma loja da Oxxo, após tentar furtar produtos de limpeza.

Além dos assassinatos, os policiais também são conhecidos por adulterar cenas do crime, como no caso dos agentes da Rota Diogo Souza Maia e Glauco Costa.

Eles viraram réus por homicídio qualificado durante a Operação Escudo. Ambos alteraram a cena do crime do assassinato para fingir um confronto. A vítima foi Allan de Morais Santos, que era roupeiro do Jabaquara Atlético Clube e foi assassinado na volta do trabalho.

Realidade nacional

Paralelamente ao estado de São Paulo, outras unidades federativas também registram um alarmante quadro de violência policial.

Em 2023, 4.025 pessoas foram mortas pela polícia, segundo dados da Ree de Observatórios da Segurança. Cerca de 243 pessoas eram crianças e adolescentes de 12 a 17 anos. A faixa etária mais atingida eram jovens de 18 a 29 anos.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.



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