O tenente-coronel Guilherme Marques Almeida, ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército Brasileiro, é um dos indiciados pela Polícia Federal (PF) na investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado. Em fevereiro deste ano, Almeida foi alvo da Operação Tempus Veritatis, ação da PF que incluiu mandados de busca e apreensão contra ele e outros suspeitos.
Durante a abordagem em sua residência, o militar desmaiou, precisando de socorro imediato. Conforme publicado pela imprensa na época, Almeida se recuperou rapidamente e colaborou com os agentes durante a execução do mandado.
As investigações resultaram na exoneração de Almeida do comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas, unidade localizada em Goiânia e subordinada ao Comando de Operações Especiais do Exército (Copesp). A corporação, também conhecida como "kids pretos", é especializada em estratégias de inteligência e operações cibernéticas.
Além de Almeida, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, então comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, também foi exonerado. Ambos os afastamentos foram formalizados em fevereiro no Diário Oficial da União.
Segundo o UOL, o 1º Batalhão de Operações Psicológicas, liderado anteriormente por Almeida, é responsável por atividades de influência em cenários de conflito. O curso de formação da unidade abrange disciplinas como guerra cibernética, inteligência e guerra eletrônica.
Essas técnicas visam impactar emoções, opiniões e atitudes de grupos-alvo, sendo amplamente utilizadas em missões de paz, como no Haiti entre 2004 e 2017, quando o Brasil liderou esforços para estabilizar o país após a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide.