O laudo fraudulento foi compartilhado nas redes sociais de Marçal em 4 de outubro, gerando ampla repercussão. Segundo a filha do médico, Aline Garcia Souza, seu pai jamais trabalhou na clínica Mais Consulta, indicada no documento, nem realizou atendimentos para pessoas com dependência química, o que desmente o conteúdo do laudo. “Não entendo como foi cair o nome e CRM do meu pai. Sempre foi uma pessoa íntegra”, disse.
Os peritos da PF analisaram a assinatura questionada com outros documentos autênticos assinados pelo Dr. José Roberto ao longo dos anos. No laudo técnico, a equipe pericial constatou que “as evidências suportam fortemente a hipótese de que os manuscritos questionados não foram produzidos pela mesma pessoa que forneceu os padrões”, confirmando que a assinatura no documento divulgado por Marçal é falsa.
Além disso, os peritos ressaltaram a necessidade de novas investigações para comprovar a autenticidade do documento em questão. “No caso em questão, não se trata de um documento de segurança e foi apresentado em via digital e não física. A verificação de adulteração ou montagem eletrônica poderá ser realizada por exames específicos que não foram objeto do presente laudo”, disse a PF na ocasião.
Luiz Teixeira da Silva Junior, sócio da clínica Mais Consultas, negou envolvimento com a elaboração do documento. Em nota, declarou que seu nome e o da empresa foram utilizados sem autorização. A família do médico também tomou medidas legais. Carla Maria de Oliveira e Souza, filha do médico falecido, entrou com uma ação contra Marçal, pedindo sua inelegibilidade com urgência, afirmando que a utilização indevida do nome de seu pai fere a integridade da memória do profissional e os princípios da administração pública.
A Justiça Eleitoral ordenou a retirada do conteúdo das redes sociais e a suspensão dos perfis de Marçal no Instagram. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o candidato comparecesse para prestar depoimento, incluindo uma intimação devido ao uso da plataforma X (antigo Twitter) durante a proibição imposta pela rede social. A campanha de Boulos também acionou a Justiça e pediu a prisão e a cassação da candidatura de Marçal.