O ex-coach e candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), está no centro de quase 20 denúncias reunidas por um grupo de paulistanos chamado "Não Faz M". As alegações, que envolvem processos já em andamento na esfera criminal, foram divulgadas em um site lançado pelo grupo em defesa da democracia paulistana nessas eleições.
Um dos candidatos com possibilidade de segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL), Marçal seria, segundo o site, um perigo grave, e algo “maior que qualquer divergência” normal no campo político. As acusações contra Pablo Marçal foram divididas no site em quatro categorias: Condenações, Crimes Financeiros, Crimes contra a Vida e Crimes Eleitorais.
Uma das investigações mais assustadoras envolve uma tentativa de homicídio. O caso, conduzido pela Polícia Civil, apura o caso no qual o candidato teria levado um grupo de participantes de seu programa de coaching motivacional ao Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, a 2.420 metros de altitude, sem as devidas condições de segurança.
No início de 2022, o empresário desconsiderou alertas de guias sobre os riscos de hipotermia e as normas de segurança ao organizar uma expedição. Apesar das condições adversas, incluindo visibilidade reduzida, ele levou um grupo ao local como parte de seu programa de “coaching motivacional”. O resultado foi o resgate do grupo pelo Corpo de Bombeiros.
Além desse episódio, o dossiê contra Marçal inclui a investigação sobre a morte de um funcionário durante uma maratona de 42 quilômetros promovida por sua empresa, a XGrow, em Alphaville, Barueri, em junho do ano passado. Bruno da Silva Teixeira, de 26 anos, sofreu uma parada cardíaca durante a corrida, que tinha como lema "romper os limites".
Outro caso, tipificado como homicídio culposo, foi a morte do técnico de audiovisual Celso Guimarães Silva, de 49 anos, em um acidente de trabalho em um estúdio ligado a um coach, que expõe falhas de segurança graves. Dois dias após sofrer uma descarga elétrica e uma queda de quase cinco metros, Celso não resistiu aos ferimentos.
Além disso, o dossiê destaca que há mais de 160 empresas do ex-coach na ilegalidade. As acusações envolvem o não pagamento de serviços como marketing digital, produção de eventos e consultorias, além de práticas empresariais consideradas questionáveis. Diversos credores alegam não terem recebido por trabalhos realizados ou terem sido lesados por serviços executados de forma inadequada.
"O histórico de Marçal, como detalhado neste dossiê, é simplesmente assustador e talvez não seja de pleno conhecimento da população", ressalta o trecho do documento. "Envolvimento com o crime organizado, lavagem de dinheiro, fraudes financeiras e até mortes... A lista causa espanto e ajuda a entender quem ele é de verdade. São Paulo pode ser uma cidade com melhores condições e oportunidades para todos os seus moradores, mas, para isso, é essencial evitar que um sujeito inescrupuloso e com a ficha tão suja alcance o poder".