“Tudo isso já seria grave se fosse executado por qualquer outro servidor público. Mas a escala de gravidade, a dimensão do absurdo, ficam muito maiores por ter sido feito com a ciência e coordenação do então presidente da República. Estar no primeiro posto mais importante do país não tem apenas bônus. Um crime cometido por um presidente da República é muito mais grave. Os documentos que foram tornados públicos ontem mostram todos os detalhes da investigação que levou ao indiciamento de Jair Bolsonaro no caso das joias desviadas”, escreveu a jornalista em sua coluna no jornal O Globo.
Ela ainda indica que em breve sairá o inquérito das vacinas em que Bolsonaro forjou uma carteira de vacinação. “Não é apenas uma pessoa com um comportamento delinquente querendo fingir que foi vacinado para ter trânsito livre em outro país. É muito mais grave. É o ponto final de um atentado à saúde pública que ele, como presidente, jamais poderia ter negligenciado”.
“Por fim, virá o inquérito da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro, pelo qual ele conspirou durante anos, cooptando militares, assediando instituições públicas, ameaçando o país, usando sua visibilidade para pregar diariamente contra a democracia. Esse é o maior dos crimes. Mas em cada etapa das investigações o que precisa ficar claro é que em sendo ele, na época, o chefe de Estado, a gravidade do delito aumenta”. acrescenta.
Os crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro cometidos por Jair Bolsonaro (PL) no esquema que desviou pelo menos R$ 6,8 milhões em joias somam penas que variam de 10 a 32 anos de prisão, conforme publicação desta segunda-feira (8) no jornal O Estado de S.Paulo.