De acordo com pesquisas de opinião e gestos de ministros dos dois
tribunais, conforme apurado pela jornalista do Globo Vera Magalhães,
políticos de extrema-direita acreditam que Moraes tenha perdido parte do
apoio conquistado após as condenações dos golpistas do 8 de janeiro.
Para os aliados de Bolsonaro, a estratégia de “vitimização”
manifestada em seus atos na Avenida Paulista e em Copacabana, além da
briga do ministro com o bilionário Elon Musk, anunciando restrições à
“liberdade de expressão” do Brasil nas redes sociais, atraíram Moraes e o
STF para um embate público.
Em um mês, ele deixa não apenas a presidência do TSE, mas o próprio
tribunal. A mudança é vista por bolsonaristas como mais uma oportunidade
de abrir caminho para a absolvição do ex-presidente em vários
processos.
Na Justiça Eleitoral, Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030,
enquanto no Supremo Tribunal Federal (STF), diversos inquéritos estão em
andamento e podem resultar em mais condenações.
A mudança de comando no TSE não poderia ser mais benéfica para o
ex-presidente, segundo seus aliados. O lugar de Moraes será ocupado pelo
ministro André Mendonça, colocado no Supremo pelo próprio Bolsonaro.
Cármen Lúcia, também do STF, vai assumir a presidência da corte
eleitoral no próximo mês.
Embora os parlamentares não acreditem que a troca de cadeiras possa
reverter a inelegibilidade, a pressão visa fazer a corte recuar de sua
disposição em permitir que Moraes conduza os inquéritos contra
Bolsonaro, e principalmente, a tendência de condená-lo em múltiplas
ações.