Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (20), o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, popularmente conhecido como Kakay e uma referência na esfera do direito criminal, fez uma longa análise sobre a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado como mentor intelectual da tentativa de golpe de Estado. Por este crime, Kakay acredita que o ex-mandatário deve ser indiciado e condenado antes do fim de 2024.
Neste contexto, Kakay analisa que a vitória do presidente Lula (PT) na eleição de 2022 significou a derrota da barbárie e que, por causa disso, "os democratas" não podem adotar métodos utilizados por aqueles que vilipendiaram o sistema democrático; ou seja, é preciso garantir que Jair Bolsonaro tenha o direito à ampla defesa.
No entanto, Kakay, que defende a ampla defesa para Bolsonaro, lembra que o ex-presidente segue por um caminho perigoso e que tal escolha pode levá-lo à prisão preventiva.
"Ele está com uma série de medidas cautelares, está solto, mas ele não pode falar com uma série de pessoas, está com o passaporte retido. Se ele continuar nessa toada, aí eu acho que a prisão preventiva passa a ser um fato quase necessário", explica Kakay.
Indiciamento e julgamento pelo 8 de janeiro
Em outro momento, Kakay afirma que após o ex-presidente Jair Bolsonaro ser indiciado pelo 8 de janeiro, ele deve ser julgado pelo STF antes do final deste ano.
"Ali [no STF] não tem recurso. E vai ser uma coisa rápida, mesmo cumprindo os ritos constitucionais... Se tiver uma denúncia agora, não sei quantas pessoas serão denunciadas, mas esse é um processo que termina fatalmente antes do final do ano. Porque o processo no Supremo tem uma agilidade maior, claro, a ampla defesa exige um rito constitucional [...] é possível cumprir todas as regras e fazer um processo rápido dentro do Supremo Tribunal Federal", afirma Kakay.
Confira abaixo a íntegra da entrevista com o advogado criminalista Kakay: