No último fim de semana, o jornalista Lauro Jardim, do jornal O
Globo, revelou que a Polícia Federal estaria em negociações para um
acordo de delação premiada com Lessa e, segundo as informações, o acordo
estaria sujeito à homologação do ministro Raul Araújo no Superior
Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que o suposto mandante do crime,
delatado por Lessa, teria foro por prerrogativa de função.
A nota da Polícia Federal não nega explicitamente a existência das negociações com Ronnie Lessa, mas destaca que, até o momento, apenas uma delação foi fechada no caso, envolvendo o ex-policial militar Élcio de Queiroz.
Nesta quarta-feira (24), um ministro do STJ disse à Veja que uma nova delação 'não foi encaminhada ainda'. O magistrado explicou que os ministros da Corte se reuniram no final do ano passado, na Corte Especial, para definir o foro do caso Marielle. Ele confirmou a expectativa de uma possível delação, mas enfatizou que, até o momento, nenhum documento referente à delação chegou à Corte. "Não houve sessão secreta no STJ. O que aconteceu foi que, no final do ano passado, numa sessão da Corte Especial, o ministro Raul, que é o relator, levou o caso porque havia ainda uma perspectiva de uma proposta de delação e ele queria indagar sobre a competência. E aí, como o caso é sigiloso, foi fechada a porta por causa da questão do sigilo. E decidiu-se a competência para que, se houvesse delação, ela fosse analisada no STJ. Foi isso. Nenhuma delação foi encaminhada ainda e a competência ficou no STJ”, explicou o magistrado.