O relatório, intitulado “A festa da Selma: do esquenta ao after”, foi produzido para marcar o primeiro aniversário dos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro do ano passado contra a praça dos Três Poderes. O Sleeping Giants, conhecido por suas campanhas de desmonetização de perfis que disseminam notícias falsas, analisou 131 artigos dos 16 sites durante o período estipulado.
“Havia uma estratégia de confusão. As pessoas estavam sedentas por alguma informação que alimentasse a esperança para continuar. O silêncio de Bolsonaro foi conveniente para essa extrema-direita se manter acesa. A “Festa da Selma” se insere nesse contexto, de alimentar esse sentimento nas pessoas”, analisou Luis Fakhouri, diretor de estratégia da Palver, em entrevista ao jornal O Globo.
“Festa da Selma” foi o termo usado pelos bolsonaristas para a convocação de extremistas para Brasília no 8 de janeiro de 2023. Poucos dias antes dos ataques, simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotaram a expressão possivelmente relacionada à saudação militar “selva”, entre outros símbolos, para disseminar discretamente a manifestação na capital federal.
O estudo também incluiu uma análise de perfis bolsonaristas envolvidos nos ataques golpistas, com base em denúncias recebidas pelo WhatsApp. Dos perfis analisados, aproximadamente 60,7% foram designados como articuladores, responsáveis pela organização de doações para deslocamento, comida, água e outros mantimentos.
Outros 19,6% eram identificados como financiadores, enquanto 14,3% eram figuras públicas encarregadas de divulgar os atos e incentivar as manifestações golpistas.
O Sleeping Giants Brasil ganhou destaque por suas ações de combate à propagação de notícias falsas, desmonetizando plataformas e perfis que contribuem para a disseminação de informações enganosas.