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Crime / Investigação / Acidente

Empresário de Alexandre Pires usava parentes para lavar dinheiro, diz Polícia Federal

O inquérito aponta que Possebon teria recebido mais de R$ 1,18 milhão da mineradora envolvida no esquema

Publicada em 06/12/23 às 11:50h - 28 visualizações

DCM


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Empresário de Alexandre Pires usava parentes para lavar dinheiro, diz Polícia Federal
 (Foto: Reprodução)
Uma investigação da Polícia Federal revelou um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o empresário Matheus Possebon, responsável pela carreira do cantor de samba e pagode Alexandre Pires, que incluía parentes entre os beneficiados e pessoas usadas como laranjas para lavagem de dinheiro. A operação, intitulada Disco de Ouro, teve como alvo não apenas Possebon, mas também o cantor e o proprietário da empresa Betser, Christian Costa dos Santos.

A ação, desencadeada na última segunda-feira (4), teve desdobramentos em diversas localidades, incluindo Boa Vista e Mucajaí em Roraima, São Paulo, Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG), e Itapema (SC). O resultado da operação foi a prisão de Possebon, enquanto ex-vocalista do Só Pra Contrariar teve seu celular apreendido, mas permanece em liberdade.

Segundo as informações da Polícia Federal, a investigação identificou três núcleos no esquema: financeiro, logístico e laranjas. Matheus Possebon foi apontado como integrante do núcleo financeiro e também como sócio oculto da Betser. As buscas foram realizadas no navio onde Alexandre Pires se encontrava, em Santos, litoral de São Paulo, no qual o empresário foi preso.

O inquérito aponta que Possebon teria recebido mais de R$ 1,18 milhão da mineradora envolvida no esquema. Surpreendentemente, familiares do empresário também estariam envolvidos no processo de lavagem de dinheiro, recebendo quantias expressivas. Entre os beneficiados estariam irmão e nora (R$ 435 mil), primo (R$ 86.500), irmã (R$ 30 mil), e cunhado (R$ 7 mil). O contador do empresário também teria recebido R$ 10 mil da empresa.

Matheus Possebon foi preso

A Polícia Federal afirma que Christian Costa dos Santos atuava como “sócio ostensivo” da Betser, enquanto Possebon exercia o papel de “sócio oculto”. Juntos, eles teriam retirado quantidades substanciais de minério, lavando milhões de reais. O documento oficial da PF destaca que a prática de crimes era a principal fonte de renda, totalizando R$ 127.723.673,75, dos quais R$ 95.393.798,75 eram provenientes da Betser nos anos 2021 e 2022.

Em sua defesa, Matheus Possebon classificou a prisão como “violência”, argumentando que foi decretada devido a uma única transação financeira com uma empresa com a qual ele não mantinha qualquer relação comercial. Veja no final da matéria.

Alexandre Pires também está sob investigação, suspeito de ter recebido R$ 1.382.000 da mineradora. A PF aponta que a empresa do cantor transferiu R$ 160 mil para um dos investigados, indicando que o artista pode ter ignorado a origem criminosa do dinheiro. O cantor nega as acusações.

O inquérito policial sugere que o esquema visava a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da Terra Indígena Yanomami, declarando-a como originária de um garimpo regular no Rio Tapajós, no Pará, e transportando-a supostamente para Roraima para tratamento.

A Operação Disco de Ouro é um desdobramento de uma ação da PF iniciada em janeiro de 2022, quando foram apreendidas 30 toneladas de cassiterita extraída da Terra Indígena Yanomami.

O esquema envolveu toda a cadeia produtiva, com transações financeiras que conectam pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração, e até mesmo laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.

Mais de R$ 130 milhões foram determinados para sequestro dos suspeitos, consolidando a magnitude desta operação contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.

A defesa do empresário nega as acusações.

Leia a nota de Fábio Tofic Simantob, advogado de Possebon:

“A prisão de Matheus Possebon é uma violência. Foi decretada por conta de uma única transação financeira com uma empresa que Matheus não mantém qualquer relação comercial. Mais grave ainda, a prisão se deu sem que Matheus pudesse ao menos esclarecer a transação. A defesa, porém, está certa de que esta violência será prontamente desfeita, e que Matheus poderá, em liberdade, comprovar que nada tem a ver com a investigação”




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