Após um dia sendo caçado pela polícia civil de Roraima, o ex-senador Telmário Mota foi preso no fim da noite desta segunda-feira (30) em Nerópolis, Goiás. O político é acusado de ser o mandante do assassinato de Antônia Araújo de Sousa, mãe da filha dele, executada em 29 de setembro.
A polícia divulgou apenas uma foto do momento da prisão do ex-senador e não deu mais detalhes da ação.
Segundo a investigação, Antônia Araújo de Sousa foi morta três dias antes de prestar depoimento no processo em que a filha, de 18 anos, acusava Telmário de estupro.
"Com a apuração dos fatos, foi apontado o ex-Senador da República, Telmário Mota de Oliveira da morte da vítima Antônia Araújo Sousa, com que tem uma filha. Ocorre que [...], filha da vítima com o Representado Telmário, acusou o pai de estupro, quando ainda tinha 17 anos, no ano de 2022", diz a investigação da Polícia. "A audiência havida sido designada para o dia 02 de outubro do corrente ano. A morte da vítima, mãe de [...], testemunha chave neste processo, certamente beneficiaria Telmário", prossegue.
Além de Telmário, a juíza Lana Leitão Martins, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, determinou a prisão do sobrinho dele, Harrison Nei Correa Mota, conhecido como "Ney Mentira", que teria organizado o crime, e de Leandro Luz, que atirou em Antônia.
Leando foi preso em Caracaraí, no interior de Roraima. O sobrinho do senador segue foragido.
A assessora do ex-senador, Cleidiane Gomes Costa, que entregou a moto e o revólver para o assassinato, também é investigada e deve usar tornozeleira eletrônica.
Antônia foi executada a tiros quando saía de casa para trabalhar. No dia do crime, Telmário divulgou uma nota à imprensa em que se dizia ter recebido com consternação a notícia da morte.
"Esclareço para aquelas pessoas que de forma sórdida estão usando uma tragédia de tamanha natureza para atacar a minha imagem que, apesar das acusações falsas contra mim, jamais tive rancor, raiva ou qualquer sentimento de vingança com relação à Sra. Antônia", diz a nota divulgada pelo ex-senador em 29 de setembro.
Segundo a polícia, o crime foi encomendado por Telmário Mota em uma reunião da fazenda Caçada Real, da qual é dono. A propriedade, avaliada em R$ 3,3 milhões, também teria sido usada como uma espécie de centro de treinamento para a execução do assassinato de Antônia.