Renan Bolsonaro fechou no ano passado um contrato de exclusividade com o empresário Marcos Aurélio Rodrigues. A Polícia Civil do DF suspeita que ele seja laranja de um esquema criminoso do qual o filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fazia parte. Com informações da coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
No último dia 24, Jair Renan foi alvo de busca e apreensão da polícia, e seu ex-empresário Maciel Carvalho foi preso.
O contrato entre Renan e Marcos Aurélio foi firmado em março do ano passado, juntamente com o auxílio do então assessor do filho do ex-mandatário, Diego Pupe, como contratante. Do outro, como contratado, está Marcos Aurélio Rodrigues, o dono da empresa 357 Cursos e Treinamentos Táticos, que dava aulas de tiro.
Segundo dados presentes no contrato, o negócio não envolveu troca de dinheiro, mas “parcerias”, e teve validade até o fim de 2022, podendo ser prorrogado por mais um ano.
Funcionava desta maneira: Renan divulgava os produtos da 357 e defendia em público a importância de se saber atirar. Em troca, recebia aulas de tiro de graça. Os treinamentos começaram naquele mês. Os instrutores eram Marcos Aurélio, o suposto laranja, e Maciel Carvalho, empresário preso recentemente na operação policial.
“Os influencers [Renan Bolsonaro e assessor] ficam expressamente proibidos de falar sobre qualquer outra empresa do segmento. Este contrato tem cunho de exclusividade”, afirmou trecho do documento em questão.
O contrato também definiu outros pontos, como o relacionado ao “tom” que deveriam ser realizados os posts acerca da 357; “divulgar o conteúdo naturalmente na rede social, como se estivesse dando uma dica ou conversando”.
As publicações deveriam ocorrer semanalmente, “nos horários de maior engajamento”, e destacar que aulas de tiro ajudariam na “legítima defesa própria, de terceiros e até mesmo de seus bens”.
Um ano após firmar esse contrato, em março deste ano, com Renan Bolsonaro, Marcos Aurélio Rodrigues herdou uma empresa do filho de Bolsonaro, a RB Eventos e Mídia.
O negócio chamou a atenção dos investigadores por dois pontos; um porque não houve qualquer pagamento pela movimentação; e outro pelo fato da firma em questão ser muito lucrativa para ser “vendida de graça” – uma vez que a companhia havia faturado R$ 4 milhões em um ano.
É por conta destas “irregularidades” que a Polícia Civil do DF suspeita que Marcos Aurélio Rodrigues seja um laranja em um esquema ilegal. As investigações acerca da companhia seguem em curso.