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Crime / Investigação / Acidente

Álbum de figurinhas: quais bolsonaristas são investigados ou se tornaram réus e podem ser presos

Com Ricardo Salles, já são quase dez bolsonaristas investigados por corrupção e outros crimes na Justiça; veja nomes

Publicada em 01/09/23 às 16:36h - 17 visualizações

Revista Fórum


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Álbum de figurinhas: quais bolsonaristas são investigados ou se tornaram réus e podem ser presos
 (Foto: Reprodução/TV Câmara)

Desde que Ricardo Salles (PL-SP) começou a ser investigado essa semana, já se somam quase dez bolsonaristas investigados pela Justiça no governo Lula. Muitos deles cometeram crimes ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) e apenas este ano as acusações e investigações estão avançando. 

Para isso, a Revista Fórum trouxe uma lista com os principais bolsonaristas na mira da Polícia Federal. Confira o levantamento (os créditos das fotos estão no final do texto): 

Ricardo Salles (PL-SP)

Na noite da última segunda-feira (28), o ex-ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro (2019-2022) e atualmente deputado federal, Ricardo Salles tornou-se réu. Isso aconteceu depois que a 4ª Vara Federal Criminal do Pará aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com o MPF, na época em que era ministro, se envolveu em um "grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”. Em questão também foram denunciados o ex-presidente do Ibama, Eduardo Bim, servidores públicos e representantes do setor madeireiro e outras 21 pessoas

O relatório aponta para emissões de "certidões e ofícios em desacordo com as orientações técnicas da equipe da instituição, com o fito de liberar madeira apreendida nos Estados Unidos".

Ricardo Salles geralmente é bastante assíduo das redes sociais, mas não publica nada desde a noite de segunda, quando declarou que a última publicação foi para atacar a denúncia aceita pelo MPF e qualificá-la como "falácia".

Jair Renan

Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do ex-presidente da República, conhecido como “04”, também é um dos alvos. Ele esteve na mira de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal contra um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. A operação foi deflagrada na quinta-feira deste mês (24).

Outras irregularidades, que não fazem parte das investigações, também se fazem presentes. Quando nomeado este ano para um cargo no Senado Federal, foi divulgado que ele receberia um salário de aproximadamente R$ 9,5 mil (vale lembrar que o valor líquido da remuneração para o cargo é de R$ 7,7 mil). 

Em dezembro de 2021, ele foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento em inquérito que apurava o pagamento de suposta propina a empresários interessados na administração pública. 

No entanto, o mesmo só compareceu à Superintendência da PF no Distrito Federal no ano seguinte, ao lado do advogado Frederick Wassef. Assim, Jair Renan se opôs às irregularidades ou de ter intermediado contatos de empresários com o governo federal.

O então presidente Jair Bolsonaro criticou a investigação e afirmou ter 'pouco contato' com o filho, que disse viver com a mãe, Ana Cristina Valle. As suspeitas revelavam a utilização da empresa de Jair Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini e o ex-ministro Rogério Marinho.

Carlos Bolsonaro (Republicanos)

Carlos já respondeu inquérito sobre os atos antidemocráticos. Vereador do Rio de Janeiro, ele ainda está envolvido em uma investigação de funcionários fantasmas e aplicação de 'rachadinha', na Câmara Municipal do Rio. Desde 2018, o chefe de gabinete do filho ‘zero-dois’ de Jair Bolsonaro (PL) é Jorge Luiz Fernandes. Ele recebeu, ao todo, R$ 2,014 milhões em créditos de outros 6 servidores nomeados por Carlos Bolsonaro.

A equipe do Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Ministério Público do Rio de Janeiro comprovou a ocorrência de um esquema de rachadinha no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio. O Ministério Público ainda apura se ele foi beneficiado.

Flávio Bolsonaro

Segundo o STF, por incentivo aos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro deste ano, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) esteve em inquérito. O senador também já foi alvo da operação 'Furna da Onça', que apurou as rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O processo foi arquivado em maio de 2022, depois do Supremo Tribunal de Justiça não validar as provas. A justiça entendeu que, por Flávio ser senador, a investigação não poderia ter corrido no Tribunal de Justiça do Rio.

Na época, Flávio desviou mais de R$ 6 milhões da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando era deputado estadual, segundo o MPRJ. Apesar disso, hoje, Flávio continua a ir contra irregularidades. O MP pediu que outras provas não atingidas pelas decisões sejam consideradas e que o caso volte à Justiça.

Silvinei Vasques

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques foi preso na quarta-feira (9) deste mês, em Florianópolis. O ex-diretor bolsonarista foi alvo de investigação sobre interferência no segundo turno das eleições e violência política.

A prisão foi autorizada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e faz parte de operação que apura o uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral de 2022. À parte das investigações, também ocorreram algumas controvérsias enquanto estava à frente da PRF. Vasques colaborou para que Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, fosse assassinado em uma “câmara de gás” na viatura da polícia, por ter parado durante uma blitz e estar sem capacete na moto. 

Outro caso foi operação realizada pela PRF junto ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) no mesmo mês na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, deixou 25 pessoas  mortas. Meses antes, na mesma região, cerca de oito pessoas morreram durante operação da PRF junto da Polícia Militar. Naquela época, a PM declarou que os agentes estavam cumprindo mandados de prisão contra uma quadrilha de roubo de cargas.

Uma investigação criminal foi iniciada pelo Ministério Público Federal sobre a compra de veículos blindados, os "caveirões" pela Polícia Rodoviária Federal do Rio de Janeiro. Segundo o MPF, foram descobertas inconsistências na documentação da licitação, que foi vencida pela empresa Combat Armor.

Membros da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais com a finalidade de dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, segundo investigações da Polícia Federal. Na época, foi realizado um patrulhamento ostensivo na região Nordeste do país, reduto do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O planejamento dos crimes investigados teria ocorrido desde o início de outubro de 2022, apontou o inquérito.

Mauro Cid

Desde o dia 3 de maio, sob a suspeita de que ele teria inserido dados falsos relativos à vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, Mauro Cid está preso. O caso teria possibilitado a falsificação do seu cartão de vacinação,de seus familiares e de Bolsonaro.

O tenente-coronel Mauro Cid é considerado um ajudante de ordens durante o governo Bolsonaro. Ele também está envolvido com vários escândalos, entre eles a tentativa de liberação de jóias.

Cid chegou à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília às 10h da última segunda-feira (28) para fazer a delação premiada, e só deixou o prédio às 20h, 10 horas depois.

Frederick Wassef

Alvo de busca pessoal autorizada pela Justiça na última quarta-feira (17), o braço direito de Bolsonaro, descrito como "anjo" pelos integrantes do entorno do ex-presidente, foi abordado e teve seus aparelhos de celular apreendidos.

Wassef voltou aos holofotes quase três anos depois de virar notícia por abrigar José Carlos de Queiroz, ex-chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que foi o pivô do escândalo das "rachadinhas". O advogado assume ter pago US$ 50 mil (cerca de R$ 300 mil) para recomprar um relógio Rolex de luxo vendido de forma ilegal por assessores de Bolsonaro nos Estados Unidos, de acordo com a Polícia Federal.

Carla Zambelli (PL-SP)

Investigada por supostamente contratar um hacker para acessar o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a fim de incluir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a deputada Carla Zambelli foi intimidada para depor no inquérito que apura informações prestadas pelo hacker Walter Delgatti, conhecido como hacker da Vaza Jato.

No final deste mês, Zambelli se tornou ré pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo por 9 votos a 2 do STF

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a parlamentar foi aceita pela maioria dos ministros após o episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. Na época, a perseguição começou depois que Zambelli e Luan trocaram provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, na capital paulista.

Anderson Torres

Anderson Torres foi preso no dia 14 de janeiro de 2023, pela Polícia Federal, ao desembarcar no Brasil. O ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi oficialmente considerado suspeito por cinco crimes relacionados às invasões e depredações das sedes dos Três Poderes no dia (8) em Brasília.

Quase quatro meses depois, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou sua soltura, com o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição do ex-ministro estabelecer comunicação com outros investigados.

Créditos das fotos: Ricardo Salles: José Cruz/ Agência Brasil. Frederick Wassef: Reprodução/GloboNews. Carla Zambelli: Luis Macedo/Câmara dos Deputados. Silvinei Vasques: Marcelo Camargo/Agência Brasil. Anderson Torres: Agência Senado. Carlos Bolsonaro: Reprodução redes sociais. Flávio Bolsonaro: Agência Brasil. Jair Renan: Redes Sociais. Mauro Cid: Reprodução/TV Câmara.




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