Militares próximos ao tenente-coronel Mauro Cid voltaram a pressioná-lo para fazer uma delação premiada após a revelação de que tentou vender Rolex recebido de presente por Jair Bolsonaro da Arábia Saudita. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente deveria explicar quem ficaria com o dinheiro da venda, segundo aliados. A informação é do blog da Andréia Sadi no g1.
O avanço das investigações contra Cid tem feito com que sua família defenda uma delação para conseguir benefícios judiciais e afastar o Exército de crises decorrentes das revelações. O pai o tenente-coronel, o general da reserva Mauro Cid, é um dos defensores da ideia.
Assessores de Bolsonaro sempre viram Cid como um “José Dirceu da direita”, em referência ao ex-ministro da Casa Civil de Lula, que jamais aceitou fazer uma delação premiada com a Justiça.
Em maio deste ano, seguindo conselho de familiares, ele começou a ser defendido pelo advogado Bernardo Fenelon, especialista em delações premiadas. Ele já celebrou mais de 10 acordos, incluindo o da ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza.
Recentemente, foi revelado que Cid tentou negociar um relógio Rolex recebido em viagem oficial. Em troca de e-mails, o ex-ajudante de ordens disse que não possuía o certificado do item e que pretendia vender a peça por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil).
Os diálogos constam em troca de e-mails obtida pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro. O ex-presidente minimizou o episódio, alegando ser “natural”, e disse não ver “nenhuma maldade em cotar o preço de alguma coisa”.