O Real Madrid apresentou uma queixa de crime de ódio aos promotores espanhóis após o jogador brasileiro Vinícius Jr ser alvo de ataques racistas durante o jogo contra o Valência, pela LaLiga, no último domingo (21). Ele foi chamado de “macaco”.
Em nota oficial, o clube merengue repudiou os atos e informou que apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral do Estado. A equipe se baseou no artigo 124 da Constituição espanhola para acionar o órgão.
Segundo o Real Madrid afirmou em nota, os ataques sofridos pelo atacante brasileiro “constituem um crime de ódio” e que os fatos se caracterizam como um “ataque direto” ao modelo de convivência do Estado social e democrático.
Vini Jr também criticou a organização do campeonato espanhol. Nas redes sociais, ele destacou que não foi “a primeira, nem a segunda e nem a terceira” vez que ele foi alvo de racismo nos estádios do país. O jogador ameaçou deixar a Espanha em decorrência desses episódios.
Leia o comunicado na íntegra:
O Real Madrid CF condena veementemente os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Junior.
Esses eventos representam um ataque direto ao modelo de convivência
social e democrática de nosso Estado baseado no Estado de Direito.
O Real Madrid acredita que tais ataques também constituem um crime
de ódio e, portanto, apresentou o relatório correspondente ao Ministério
Público, especificamente ao Ministério Público contra crimes de ódio e
discriminação, para que os fatos sejam investigados e os responsáveis
sejam ser responsabilizado.
O artigo 124.º da Constituição espanhola estabelece que o papel do
Ministério Público é promover a prossecução da justiça em defesa da
legalidade e dos direitos dos cidadãos e do interesse público.
Dada a gravidade dos factos ocorridos, o Real Madrid recorreu à
Procuradoria-Geral da República, sem prejuízo da sua qualidade de
procurador privado em quaisquer processos que venham a ser instaurados.