A Justiça da Espanha decidiu sobre o recurso da defesa de Daniel Alves: o jogador vai continuar preso até o fim das investigações do caso em que é acusado de agressão sexual. A definição da Audiência Provincial de Barcelona foi divulgada nesta terça-feira (21).
A alegação que prevaleceu foi o risco de fuga de Daniel da Espanha para o Brasil. Além disso, há inúmeros indícios de que o brasileiro cometeu mesmo o crime de estupro, como vídeos da boate Sutton, onde ocorreu o episódio, e exames de DNA.
Com
isso, os três integrantes da Sala 3 da Audiência Provincial de
Barcelona decidiram que a prisão provisória é uma medida excepcional,
que só pode ser aplicada em casos especiais.
O documento de 13 páginas, obtido pelo UOL, mostrou que a Sala 3 considerou que há “diversos indícios da criminalidade do senhor Daniel Alves, e eles não partem apenas das declarações da denunciante”.
São mencionadas outras testemunhas, como funcionários da casa noturna,
além de uma amiga e uma prima da mulher que acusa o jogador.
O documento também cita que existem indícios coletados pela polícia na análise do banheiro em que Daniel Alves esteve por 16 minutos com a denunciante, além de citar os exames de corpo de delito e de DNA, que mostram material genético do brasileiro no corpo da denunciante.
Os juízes da Sala 3 ressaltaram, ainda, que, mesmo com todas as medidas cautelares propostas pela defesa, o risco de fuga da Espanha não poderia ser descartado. No documento, a Audiência afirmou que Daniel Alves “só vai a Barcelona de férias” e não tem ligações suficientes com a cidade, já que “toda a família, com exceção da atual esposa, vive no Brasil”, de acordo com reportagem e Talyta Vespa e Thiago Arantes, no UOL.
Daniel Alves está preso na penitenciária Brians 2 desde 20 de janeiro. Ele responde a um processo por agressão sexual, depois de ter sido denunciado por uma mulher de 23 anos.
A decisão desagradou a defesa do brasileiro, que desejava que ele ficasse em liberdade até o fim do processo. Não há data definida para a realização do julgamento.
O advogado Cristóbal Martell, em sua defesa, contestava o risco de fuga da Espanha. Ele defendia que o jogador havia aceitado seguir medidas cautelares para assegurar que não deixaria o país europeu, como entregar passaportes, usar pulseira eletrônica e comparecer periodicamente à unidades de polícia para assinar um termo de presença.
O recurso da defesa também colocava em dúvida a versão da denunciante. Porém, em ambas as contestações foram considerados “claros indícios de crime”.