Chamado de “juiz corrupto” por Glenn Greenwald, Sergio Moro processou o jornalista e foi derrotado. O ex-juiz queria que as publicações com o termo no Twitter e no YouTube fossem removidas e chegou a obter decisão favorável em primeira instância, mas a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná decidiu preservar as postagens. A informação é da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
O advogado do jornalista, José Renato Gaziero Cella, afirmou que “o tribunal reconheceu o direito que o Glenn tem de chamar o juiz corrupto de juiz corrupto”. “Pessoas públicas estão sujeitas a críticas. O próprio Moro é contundente contra os seus críticos”, completou o responsável pela defesa de Glenn.
Carolina Padilha, advogada que representa Moro, diz que o jornalista praticou ofensa direta por associar o ex-juiz a um crime que não cometeu. “É evidente que a gente está muito além de uma crítica e de uma reportagem jornalística baseada em fatos. A gente está trazendo uma acusação totalmente direta, que é o crime de corrupção”, afirmou durante sustentação no tribunal.
O desembargador Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima disse que a exclusão das postagens seria o equivalente a censura. “A remoção dos conteúdos referentes ao agravado, então pré-candidato à Presidência da República, implicaria, na minha óptica, em lesão à liberdade de opinião pública e política do agravante, que exerce papel de imprensa, suscitando evidente censura”, disse o magistrado, que foi acompanhado por Gilberto Ferreira, revisor do caso.
Moro ainda queria uma indenização de R$ 200 mil por danos morais. A solicitação ainda será analisada em primeira instância.