Nessa etapa, a pedido do Ministério dos
Povos Originários, a prioridade será a manutenção da segurança das
equipes nos postos da Fundação Fundação Nacional dos Povos Indígenas
(Funai) e nos centros de saúde que prestam assistência aos indígenas.
“Determinei hoje o deslocamento de mais 100 integrantes da Força
Nacional que estarão, entre hoje e amanhã, chegando ao estado de Roraima
para, com isso, fortalecer especialmente a segurança das bases da Funai
e também dos postos de saúde. A missão primeira da Força Nacional em
território Yanomami será esta”, adiantou.
No total, 500 homens da Força Nacional de Segurança serão enviados ao estado nesta etapa da operação.
Desintrusão
Dino informou que as Polícias Federal e Rodoviária Federal, com o apoio logístico das Forças Armadas, darão início às ações de afastamento compulsório de quem ainda não tiver saído da Terra Yanomami nesse período. Segundo o ministro, começarão a ser destruídos os equipamentos de garimpeiros, para que não voltem a ser utilizados em atividades ilegais e eliminadas as pistas clandestinas. Além disso, poderão ser presas em flagrante pessoas que ainda estejam na região.
“É evidente que esse planejamento policial é dinâmico, acontece dia a dia. O que eu posso afirmar é que as ações policias irão começar nesta semana”, afirmou o ministro.
Sobre a saída de garimpeiros do território
indígena, o ministro da Justiça disse ainda que o governo não dará
nenhum tipo de apoio para isso. Os garimpeiros alegam dificuldade para
sair da região desde que a Aeronáutica passou a controlar o espaço aéreo
e proibir que aeronaves usadas na atividade criminosa sobrevoassem o
território.
"Claro que estamos neste momento permitindo que essas pessoas saiam
pelos seus próprios meios, mas não haverá apoio do governo federal para
essa retirada, porque consideramos que há incompatibilidade entre a
natureza criminosa da atividade com o eventual apoio [do governo
federal]", disse Dino. Sobre a questão social, o ministro acrescentou
que o governador de Roraima, Antonio Denarium, está em Brasília e deve
tratar do assuntos com os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e
Wellington Dias, do Desenvolvimento Social.
Cautela
Sobre afirmações de que o governo estaria
facilitando a fuga em massa de criminosos da Terra Indígena Yanomami,
Flávio Dino disse que eles não ficarão impunes.
“Isso não é um caminho de impunidade porque as investigações estão o
sendo feitas e continuarão a ser feitas. Mas nós temos que entender que é
uma situação política e social de alta complexidade e que é preciso ter
planejamento. O uso da força sem planejamento poderia piorar o problema
instalado no estado de Roraima, e nós não desejamos isso”, afirmou.
Foco
O ministro da Justiça e Segurança Pública destacou que foco prioritário das investigações são os financiadores, os donos dos garimpos ilegais e aqueles que fazem lavagem de dinheiro. “Claro que temos os executores de crimes ambientais – essas pessoas estão sendo identificadas por imagens e serão alvo do inquérito policial."
Edição: Nádia Franco