O senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou, neste sábado (4), que vai acionar diferentes órgãos para que Michelle Bolsonaro seja investigada pela prática de supostos crimes relatados em reportagem divulgada na sexta-feira (3) pelo portal Metrópoles.
Entre as denúncias contra a ex-primeira-dama, estão a de que ela comandaria um esquema de corrupção conhecido como rachadinha, que assediaria moralmente servidores do Palácio da Alvorada e de que teria, ainda, "saqueado" lotes de carnes nobres, como picanha e contrafilé, além de caixas de camarão e bacalhau, entre outros alimentos refinados, da dispensa da residência oficial da presidente da República.
"Vamos acionar também o MPT para apuração de responsabilidades em virtude dos maus tratos aos funcionários terceirizados que prestavam serviços no Palácio da Alvorada e vamos pedir ao CGU que apure as responsabilidades funcionais e administrativas dos servidores envolvidos. Além disso, vou solicitar ao TCU a apuração de dano ao patrimônio público e de desvios de recursos públicos", prosseguiu o senador.
Depois das denúncias publicadas no dia 20 de janeiro apontando o presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua esposa, Michelle Bolsonaro, como suspeitos de praticar um esquema de ‘rachadinha’ dentro do Palácio do Planalto, o site Metrópoles publicou na noite desta sexta-feira (3) uma sequência de sua investigação sobre o caso.
Na reportagem de agora, a ex-primeira-dama surge como protagonista de um esquema que os autores da matéria acreditam ser o de repasse de uma parte do salário de uma assessora parlamentar. Trata-se de Rosimary Cardoso Cordeiro, a melhor amiga de Michelle, que anteriormente já apareceu no noticiário como sendo a dona do cartão de crédito usado pela esposa do presidente da República.
Rosimary teria conseguido um cargo no gabinete do senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB-MA) logo no início do governo Bolsonaro, em 2019, com salário de pouco mais de R$ 6 mil. Tempos depois, diz a reportagem, a amiga foi “promovida” e chegou a um posto que lhe rendera excelentes vencimentos, na casa dos R$ 16 mil.
Até aí, tudo bem. O problema é que a reportagem ouviu fontes que afirmaram que regularmente a escolta presidencial, composta por guarda-costas do GSI, iam até a casa de Rosimary recolher as “encomendas” que deveriam ser levadas até a então primeira-dama. Essas testemunhas disseram que o conteúdo dos envelopes “era facilmente identificável pelo tato” e que se tratava de dinheiro vivo.
O Metrópoles chegou a divulgar um áudio em que Rosimary fala com um interlocutor sobre passar em sua casa para pegar a “encomenda” da ‘Mi’, em referência à ex-primeira-dama.