O Ministério da Justiça tem atuado na identificação dos participantes dos ataques às sedes dos Três Poderes por meio das denúncias recebidas pelo e-mail denuncia@mj.gov.br. Segundo Marivaldo de Castro, secretário de Acesso à Justiça, do Ministério da Justiça, já foram recebidas 86 mil denúncias. Ele revela que a pasta tem feito a triagem do material e encaminhado à Polícia Federal.
O secretário explica que a resolução das investigações sobre os atos golpistas é uma prioridade do ministério. “O MJ não medirá esforços para fazer com que todos aqueles que atentaram contra as instituições respondam nos termos das leis pelos seus atos”, declara, em entrevista ao jornalista Roberto Fonseca no CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — desta segunda-feira (16/1).
Marivaldo ressalta ainda que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem urgência em virar essa página para debater problemas “que importam para a população: combate à fome, geração de emprego e renda”.
O foco
das investigações, de acordo com o secretário de Acesso à Justiça, é
chegar até os responsáveis por financiar as ações de 8 de janeiro. Além
da rede de denúncias, ele acredita que as equipes da Polícia Federal vão
identificar os financiadores dos grupos extremistas. “Sem dúvida alguma
eles vão chegar aos organizadores, financiadores e naqueles que
participaram diretamente da destruição do patrimônio da nossa
população”, garante.
Armas de fogo
Marivaldo cita na entrevista, também, os decretos do presidente Lula que revogaram normas que facilitavam o acesso da população civil a armas de fogo. “A mudança de governo colocou fim a um governo que disseminava o ódio, a guerra. Subiu a rampa um governo que tem como objetivo dedicar todas as suas energias em resolver os problemas da população, em especial a mais pobre”, comenta.
Segundo ele, existe um grupo de trabalho do Ministério da Justiça destinado a estabelecer novas normas para venda e porte de armas. Estão suspensos novos registros para clubes de tiro e novos registos para Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) por pelo menos cinco meses. Ainda de acordo com o secretário, o ministro da Justiça, Flávio Dino, já solicitou aos ministérios que fazem parte do GT o nome dos representantes que farão parte dessa discussão. O objetivo do trabalho é “reduzir e controlar” a circulação de armamento.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro