O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo crime de peculato no caso das joias recebidas da ditadura da Arábia Saudita pelo governo do ex-capitão.
De acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o procedimento foi aberto a partir de uma representação feita pela deputada Luciene Cavalcante (PSOL-SP). O enquadramento foi indicado nesta semana.
O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque e o ex-secretário da Receita Julio Gomes, que tratou do conjunto de joias com o ex-capitão por ligação telefônica, também são citados na notícia-crime recebida pelo órgão.
Cavalcante, autora da representação, afirmou que as supostas condutas de Bolsonaro, Michelle, Albuquerque e Gomes para liberar as joias sauditas são marcadas por “imoralidade, desarrazoabilidade e prejuízo aos cofres públicos” e, diante disso, devem ser investigadas.
O plano do governo do ex-chefe do Executivo era de tentar entrar ilegalmente no Brasil com os artigos de luxo recebidos do regime saudita e, posteriormente, tentar reaver os itens apreendidos pela Receita Federal. O conjunto de joias é avaliado em R$ 16,5 milhões.
Para o caso foi designado o procurador da República Caio Vaez Dias, do Distrito Federal. Ele integra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPF no DF. No início deste ano, Vaez Dias participou de diligências após golpistas serem presos pelos ataques ocorridos em Brasília em 8 de janeiro.