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“Mundo paralelo”: coronel diz que bolsonaristas pensavam que “ETs ajudariam o Exército” no golpe

Segundo o ex-chefe da PM, os bolsonaristas só consumiam informações compartilhadas no acampamento e viviam em uma “bolha”. Ele ainda relata que havia uma “máfia do Pix” para manter o acampamento

Publicada em 16/03/23 às 15:36h - 20 visualizações

DCM


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“Mundo paralelo”: coronel diz que bolsonaristas pensavam que “ETs ajudariam o Exército” no golpe
 (Foto: Reprodução)

Ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto afirmou que bolsonaristas que acampavam no quartel-general do Exército em Brasília viviam em “mundo paralelo” e que alguns acreditavam que “os extraterrestres iriam ajudar o Exército a tomar o poder”.

“Escutei relatos que falei: ‘não é possível que essa pessoa está me falando isso’. Teve uma pessoa que me abordou um dia e falou para mim que era um extraterrestre, que estava ali infiltrado e, assim que o Exército tomasse, os extraterrestres iam ajudar a tomar o poder”, afirmou Naime.

Segundo o ex-chefe da PM, os bolsonaristas só consumiam informações compartilhadas no acampamento e viviam em uma “bolha”. Ele ainda relata que havia uma “máfia do Pix” para manter o acampamento.

“Tínhamos denúncias da ‘máfia do Pix’, que eram várias lideranças dentro do acampamento. Não temos [nomes dessas pessoas], mas elas ficavam no acampamento e era o tempo inteiro pedindo para as pessoas que estavam ali que fizessem Pix para manter o acampamento”, conta.

Naime ainda diz que foram registrados desentendimentos entre bolsonaristas sobre ir para a Esplanada dos Ministérios ou ficar na frente do quartel na data. “A discussão dos que queriam descer, contra os que queriam ficar, era justamente essa questão do Pix”, prossegue.

O coronel diz que o Exército tentou impedir tentativas de conter o ato golpista. Ele conta que chegou a ser retirado do Setor Militar durante um episódio.

“Fui acessar a área onde toda a população estava acessando, fardado, com patrulheiro do lado, mas fui abordado por um soldado que botou a mão no meu peito, me proibiu de entrar, chamou o GSI, a comando do capitão Roma. A população veio correndo, veio um sargento me apontando o dedo na cara, me mandando sair, a população começou a me xingar e fui colocado para fora”, finaliza.

Naime depôs nesta quinta (16) na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ele foi preso em fevereiro por suspeita de omissão antes e durante o ataque terrorista em Brasília.




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