O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira (13) que a Polícia Federal (PF) está fazendo diligências no inquérito sobre o caso das joias dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O ex-chefe do Executivo pode ser intimado a depor no inquérito.
“Temos diligências ocorrendo neste instante. Há pessoas sendo ouvidas todos os dias”, afirmou Dino, ao deixar o evento sobre liberdade de expressão, na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de janeiro.
Dino disse também que se Bolsonaro não responder a alguma intimação e decidir permanecer no exterior, o governo brasileiro poderá, eventualmente, acionar mecanismos de cooperação internacional, para fazer com que ele seja obrigado a depor.
“Em algum momento, como investigado, o ex-presidente será intimado a prestar depoimento. E aí, caso ele não compareça, nasce uma situação nova, em que poderá haver ou não o acionamento de mecanismos de cooperação jurídica internacional”, afirmou o ministro.
Dino, porém, acredita que a PF tem condições de terminar as investigações sem, necessariamente, ouvir Bolsonaro. Por outro lado, ele destaca que prestar o depoimento, na condição de investigado, seria um direito do ex-presidente, para exercer sua defesa.
“Estamos diante de fatos que têm provas documentais. São imagens, filmes, ofícios, papéis, as chamadas provas materiais. Temos outras pessoas sendo ouvidas, em provas testemunhais. Então, sim, será possível concluir o inquérito independentemente de ele ser ouvido ou não. Espero que ele compareça, porque é um direito dele”, finalizou.