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“Pastor-capeta” de Michelle atuou com turismo irregularmente e fez cultos clandestinos no Planalto

DCM entrou em contato com a igreja para saber a situação do pastor próximo de Michelle Bolsonaro

Publicada em 11/02/23 às 16:14h - 37 visualizações

DCM


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“Pastor-capeta” de Michelle atuou com turismo irregularmente e fez cultos clandestinos no Planalto
 (Foto: Reprodução/Instagram)

A reportagem de Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo no Metrópoles sobre os “Segredos do Alvorada” mostrou que o pastor Francisco de Assis Castelo Branco, próximo de Michelle Bolsonaro, foi gestor do Palácio do Planalto e de outros espaços. Devido às acusações de assédio moral, Chico ficou conhecido pelo apelido de “pastor capeta”.

Ele ganhou primeiro um cargo no Planalto, com salário de R$ 5,6 mil, e foi transferido para o Alvorada ganhando quase o dobro. 

O “pastor-capeta” afirma que tinha o aval de Michelle Bolsonaro para agir ameaçando demitir subordinados no trabalho. Chico faz parte, com a mulher Elizângela Castelo Branco, do “Ministério Incluir” da “universidade” da Igreja Batista Atitude.

Elizângela é intérprete de libras, próxima de Michelle e da família dela em Brasília, além de ser uma das representantes da igreja na capital. O DCM reuniu informações que explicam por qual razão o pastor Francisco de Castelo Branco se tornou um braço importante do poder da ex-primeira-dama no governo de Bolsonaro.

Funcionário de agência de turismo com cargo público

O repórter Paulo Motoryn cobre, desde 2021 no site Brasil de Fato, as atividades do “pastor-capeta”. Em junho de 2021 foi divulgado que Francisco Castelo Branco atuava como agente na agência Bereshit Viagens, empresa registrada em 2017 em nome de uma parente chamada Juceli Lima de Castelo Branco, durante seu expediente como funcionário do governo Bolsonaro. Chico fazendo propaganda da Bereshit Viagens antes da eleição de Bolsonaro.

Há imagens no Instagram de Chico no Egito e Israel. A empresa fez pacotes de viagem por R$ 13 mil para os dois países. Ele também fez batismos no Rio Jordão, assim como ocorreu com Bolsonaro, e idas até o Mar Morto.

Na ocasião, o pastor Chico trabalhava como assessor da Secretaria-Geral da Presidência, depois de ter ocupado cargo no Gabinete Pessoal de Jair Bolsonaro.Chico no Rio Jordão quando ele deveria dar expediente no governo Bolsonaro.

Em novembro de 2021, o pastor foi nomeado coordenador de apoio ao Palácio da Alvorada, cargo ligado à Presidência da República e que, na prática, funciona como um posto de “síndico” do espaço, segundo o Brasil de Fato. Ele foi demitido do cargo poucos dias depois. 

No mês de julho de 2022, voltou a ganhar um cargo, desta vez como coordenador de todas as residências oficiais, incluindo Palácios da Alvorada e Jaburu, além da Granja do Torto.

Nas redes sociais, o “pastor-capeta” incentivou um “jejum por Bolsonaro”, apoiou manifestações antidemocráticas e fez postagens com informações falsas sobre a Covid-19. As mensagens foram apagadas e Chico fechou suas redes sociais.

No Facebook, no entanto, é possível encontrar panfletos de cultos ministrados pelo pastor no auge da pandemia, em agosto de 2020.

Cultos clandestinos dos fiéis da Igreja Batista Atitude

A Igreja Batista Atitude de Brasília, frequentada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, tem uma célula chamada Bilíngue Shalom que realizou cultos clandestinos dentro do Palácio do Planalto desde janeiro de 2020.

A Célula Bilíngue Shalom fez cultos clandestinos no ápice da pandemia. A informação é confirmada em fotos postadas por Chico no Facebook e por funcionários do Planalto ao site Brasil de Fato.A sala de cinema do Palácio do Alvorada, com Michelle Bolsonaro ao centro: agremiação identifica local como “Célula Shalom Bilíngue”.

Michelle Bolsonaro esteve envolvida presencialmente com a igreja nesses eventos e eles chegaram a utilizar a sala de cinema do Palácio do Alvorada. Na divulgação oficial da igreja, as células são identificadas pela cidade exceto a Bilíngue Shalom. Chico também esteve com eles.lto transformada em sede de culto por Michelle Bolsonaro, em imagem de dezembro de 2020. Michelle está na imagem.

Fiéis afirmam que sofreram golpes na igreja

Desde janeiro de 2019, começo do governo Bolsonaro, o DCM publicou relatos de fiéis que afirmam terem sofrido golpes financeiros da Igreja Batista Atitude que Francisco Castelo Branco faz parte.

Sigrid Engersen Navarro afirma que sofreu um golpe de R$ 726 mil, perdendo acesso às suas contas. Outra fiel, chamada Alessandra Costa de Azevedo, responsabilizou a entidade pela subtração de R$ 200 mil envolvendo os também fiéis Oséias Oliveira de Abreu e sua esposa Fabiana Santos. 

O DCM procurou a igreja na época, que enviou uma nota: “Vale salientar que, diferente do que vem sendo noticiado, Oseas e e Fabiana, não são pastores e nunca exerceram ministério pastoral na Igreja Batista Atitude, eram apenas membros da igreja. Toda e qualquer afirmação diferente desta se constitui uma mentira”.

Outro lado

A reportagem procurou a Igreja Batista Atitude para saber qual é a atual atividade do pastor Francisco de Assis Castelo Branco após o fim do governo Bolsonaro. E para saber se a Célula Bilíngue Shalom, que realizava cultos irregulares no Palácio do Planalto, ainda está ativa em Brasília.

Até o momento da publicação desta reportagem, não recebemos resposta.




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