Na manhã desta quinta-feira (9), foi revelado que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), durante o último ano de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), recebeu diversas denúncias que evidenciavam a crise humanitária dos povos Yanomâmis. O órgão recebeu 36 alertas sobre as más condições entre abril e novembro do ano passado, equivalente a cinco por mês.
As notificações foram enviadas pelos próprios indígenas, por organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), e outras do Estado, por exemplo, o Ministério Público Federal (MPF). Os relatos revelam episódios de estupro, disseminação de doenças, desnutrição aguda e a proliferação do garimpo ilegal, que estimulou outros problemas do território.
Além da “convencional” divulgação pelos veículos de comunicação, os membros da comunidade também efetivaram suas denúncias por meio do Disque 100, um canal de recebimento de denúncias do governo federal, que eram retransmitidas à Funai. O órgão ainda não se posicionou sobre.
Os problemas na região começaram a enfrentar uma escalada tão intensa que organizações internacionais, entre as mais importantes do mundo, começaram a enviar representas à região. Um deles foi o secretário da ONU, nos Direitos Humanos, Jan Jarab, que colheu relatos para formar um documento a ser enviado à Defensoria Pública da União e, então, reencaminhados à Funai.
Segundo o repórter Patrik Camporez, do jornal O Globo, desde aquele momento, o secretário da ONU, já classificava o caso como uma “grave crise humanitária e de direitos humanos”. O documento também foi entregue a outras autoridades. O governo brasileiro, desde então, é cobrado a adotar as medidas necessárias para auxiliar os povos indígenas.
A bancada do PSOL na Câmara, solicitou uma rigorosa investigação das responsabilidades do ex-presidente, autoridades do seu governo e do ex-presidente da FUNAI, Marcelo Xavier, entre outros, nas gravíssimas violações de direitos humanos dos indígenas do povo Yanomamis.