Em sua fala, Bolsonaro também disse que conta com o apoio do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para aprovar um projeto que anistiaria os golpistas envolvidos no 8 de Janeiro.
“E deixo claro aqui, esse 50% [de apoio ao projeto] não é PL, não. Tem gente boa em todos os partidos. Eu, inclusive, há poucos dias tinha um velho problema e resolvi com o Kassab, em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo”, disse.
Bolsonaro também negou envolvimento na série de inquéritos nos quais é investigado. "Todas as narrativas contra mim fora para o espaço. Marielle Franco, Baleia, imóveis no Vale do Ribeira, imóveis no Alvorada, joias, vacina. Tudo foi embora. Sobrou a fumaça do golpe", disse.
Ele ainda atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que lidera o inquérito do golpe, acusando o magistrado de "mão pesada" nas eleições 2022 e de liderar apenas investigações "secretas".
Prestes a ser preso por liderar a tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro fracassou em sua última tentativa de angariar apoio popular a um projeto que anistiaria os envolvidos nos atos antidemocráticos.
Bolsonaristas se frustraram com o ato esvaziado na praia de Copacabana, que ficou muito aquém da promessa de Bolsonaro de reunir mais de "um milhão" de pessoas.
Imagens transmitidas pela TV Globo mostram que o ato pela anistia aos golpistas não conseguiu ocupar quarteirões inteiros nem mobilizar uma multidão, reunindo apenas um grupo diante do palco, com presença espalhada pela avenida e chegando até a faixa de areia.
A Primeira Turma do Supremo marcou para 25 de março a análise pelo colegiado da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Encaminhada pela PGR ao Supremo em 18 de fevereiro, a denúncia posiciona Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que agiu para contrariar o resultado das urnas após a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022.
Em caso de condenação por todos os crimes a que foi denunciado, as penas de Bolsonaro poderiam variar de 12 anos a mais de 40 anos de prisão.
A defesa do ex-mandatário afirmou em manifestação ao STF que não há provas contundentes que apontem Bolsonaro como autor de ordens para a execução de um golpe de Estado ou que tenha praticado qualquer ato de violência. Bolsonaro reclamou do que considerou um ritmo acelerado para tratar das acusações de que é alvo.
Bolsonaro
está inelegível até 2030 por conta de duas condenações no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político na campanha
eleitoral de 2022. (Com informações da Reuters).