O nível de irracionalidade e ódio da extrema direita brasileira chegou a tal ponto que até mesmo uma medida óbvia e que jamais geraria críticas em qualquer oposição, como a de zerar impostos que incidem sobre alimentos, passou a ser atacada de forma feroz pela matilha bolsonarista da Câmara dos Deputados.
Para piorar ainda mais a insanidade, os ataques à decisão de baratear os alimentos consumidos pelos brasileiros foi alvo agora de um requerimento que busca votar uma moção de repúdio contra o governo Lula (PT) por sua tentativa de abaixar o preço desses itens de primeira necessidade.
Quem puxa a tropa de celerados que exige que os preços sigam altos é o líder da oposição na Casa, o deputado Tenente-Coronel Zucco (PL-RS). Buscando explicar o posicionamento indefensável, o extremista faz mil rodeios e lança pérolas para justificar a própria insensatez.
“Os produtores rurais continuam sujeitos a uma elevada carga tributária, com custo de produção dolarizado e a um ambiente regulatório hostil, enquanto os produtos importados passam a concorrer com isenções de imposto, reduzindo a competitividade do setor no cenário global. Essa estratégia enfraquece a economia nacional, reduz a geração de empregos e aumenta a dependência do Brasil de fornecedores externos”, diz Zucco no documento protocolado na Câmara, sem, no entanto, explicar o que uma coisa tem a ver com a outra, afinal, se os produtos ficarem mais baratos, serão mais vendidos, o que é benéfico para os produtores nacionais.
A bobajada ultrarreacionária não para por aí. Num outro trecho, os bolsonaristas falam de “livre mercado” e de um governo que supostamente “interfere na economia”. O que é mais estranho é que é justamente a extrema direita que advoga o tempo todo em defesa da retirada de impostos de tudo, usando o bordão pueril de que “imposto é roubo”. Quando os impostos foram retirados, eles passaram a reclamar que agora querem os impostos.
“O governo federal opta por mais uma intervenção econômica no mercado, interferindo no equilíbrio natural de preços de acordo com a demanda e oferta, sem garantir maior incentivo para a produção nacional na redução do custo de produção, sem ouvir toda a cadeia produtiva, encurralando o produtor rural e o consumidor”, alegam os extremistas da bancada bolsonarista.
Confira a lista de 26 deputados que lutam para manter os impostos nos alimentos para que brasileiros paguem mais caro para comer:
1 - Zucco (PL-RS)
2 - Coronel Assis (União-MT)
3 - Zé Trovão (PL-SC)
4 - Junio Amaral (PL-MG)
5 - Sargento Fahur (PSD-PR)
6 - Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
7 - Gustavo Gayer (PL-GO)
8 - Osmar Terra (MDB-RS)
9 - Capitão Alden (PL-BA)
10 - Silvia Waiãpi (PL-AP)
11 - Delegado Ramagem (PL-RJ)
12 - Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP)
13 - Delegado Caveira (PL-PA)
14 - Carlos Jordy (PL-RJ)
15 - Evair Vieira de Melo (PP-ES)
16 - Pezenti (MDB-SC)
17 - Rodolfo Nogueira (PL-MS)
18 - Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
19 - Rosangela Moro (União-SP)
20 - Mario Frias (PL-SP)
21 - Daniel Agrobom (PL-GO)
22 - Bia Kicis (PL-DF)
23 - Mauricio do Vôlei (PL-MG)
24 - Messias Donato (Republicanos-ES)
25 - Sanderson (PL-RS)
26 - Julia Zanatta (PL-SC)