O presidente Lula afirmou que vai fazer uma reunião com outros membros do governo nesta quinta (9) para discutir a “questão da Meta”. A empresa, que controla o Facebook e o Instagram, anunciou o fim da ferramenta de checagem de fatos e promoveu uma série de mudanças em suas regras nesta semana.

“Vou fazer reunião hoje para discutir questão da Meta. Acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade do cara que comete crime na imprensa escrita”, afirmou o presidente a jornalistas no Palácio do Planalto.

O presidente ainda afirmou que quem comete um crime na vida real é punido e o mesmo deve acontecer contra quem comete o delito no ambiente virtual. “Como se um cidadão pudesse ser punido porque faz coisa na vida real e pudesse não ser punido porque faz a mesma coisa na digital”, prossegue.

O CEO de Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que as mudanças nas plataformas têm como objetivo retomar a “liberdade de expressão”. O empresário ainda atacou o Supremo Tribunal Federal (STF) no anúncio, dizendo que “países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”.

Alexandre de Moraes, ministro da Corte, também se manifestou sobre o caso. Sem citar a Meta ou Zuckerberg, ele afirmou que redes sociais têm que cumprir as leis dos países onde operam “independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs”.

A guinada à extrema-direita da Meta ocorre em meio a volta de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, ao poder. Zuckerberg ainda anunciou a contratação de Dana White, aliado do republicano, para o conselho de administração da empresa.