Em entrevista ao programa Bom Dia 247, a senadora Soraya Thronicke (União-MS) declarou ter mudado sua posição sobre privatizações e a condução do Estado na economia. "Eu era no passado favorável a privatizar tudo, hoje não mais", afirmou a parlamentar, reconhecendo uma mudança em sua visão ideológica ao longo dos anos.
Soraya explicou que sua nova perspectiva foi moldada pela experiência no Congresso e por análises mais aprofundadas sobre o papel das empresas estatais. "Aquelas [empresas públicas] que são essenciais, que regulam o mercado ou atendem a população, eu sou a favor de manter. É o caso da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal", disse.
A senadora relatou que, durante um encontro com o ex-secretário de Privatizações Salim Mattar, tomou conhecimento da existência de cerca de 600 a 700 empresas estatais, muitas delas subsidiárias, o que a levou a considerar um posicionamento mais criterioso. “Havia empresas deficitárias sem razão de existir. Mas fechar ou vender indiscriminadamente seria um erro”, ponderou.
Soraya também destacou que bancos públicos devem servir como ferramentas de apoio à sociedade, citando exemplos como o financiamento habitacional e o crédito rural. "Eles existem para subsidiar o povo brasileiro", enfatizou.
Ao abordar sua evolução política, a senadora afirmou que não tem "compromisso com o erro" e que considera saudável revisar opiniões com base em novas informações e cenários. "Eu sou uma democrata e acredito em um Estado necessário, adaptado às circunstâncias e comprometido com o bem-estar da população", concluiu.