O presidente Lula recebeu com otimismo a repercussão positiva da proposta de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5 mil, conforme relataram fontes próximas à presidência. De acordo com pesquisas realizadas pelos institutos Quaest e Datafolha, a medida, que busca beneficiar a classe média, tem gerado uma taxa elevada de aprovação.
Segundo o Datafolha, 70% dos brasileiros manifestaram apoio ao plano anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para o governo, o anúncio gerou uma avaliação positiva que superou as críticas, conquistando atenção nas discussões públicas sobre a economia.
A aprovação da medida é vista como uma resposta às dificuldades econômicas enfrentadas por grande parte da população, em especial a classe média, que se beneficiaria diretamente da isenção.
Embora o governo tenha visto uma reação positiva da população, a crítica foi mais forte entre os parlamentares. A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda e a possível taxação de rendimentos superiores a R$ 50 mil geraram resistência, especialmente com a pressão sobre a revisão dos gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a distribuição de emendas parlamentares.
A postura dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi no sentido de minimizar o debate sobre essas mudanças, o que forçou o governo a recalcular sua estratégia legislativa.
Apesar da resistência no Congresso, o governo de Lula deverá retomar as discussões sobre a ampliação da faixa de isenção do IR e outras reformas fiscais assim que os trabalhos legislativos forem retomados, logo após as eleições de fevereiro, quando serão definidos os novos líderes da Câmara e do Senado.