A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, nesta quarta-feira (11), foi palco de um acalorado bate-boca entre os senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O embate ocorreu durante a sabatina de juristas indicados para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ganhou destaque após o petista rebater os pedidos bolsonaristas de anistia aos golpistas presos pelos atentados do 8 de janeiro de 2023, afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser preso.
“Não dá para a gente falar em anistia. Anistiar quem agride aquilo que representa os símbolos da República, o símbolo do Brasil? Golpista tem que estar na cadeia” iniciou Carvalho até ser interrompido por Flávio, que tentava mencionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF): “Começando por Moraes”.
“Começando pelo seu pai”, respondeu o parlamentar do PT, rebatendo a interrupção do primogênito do ex-presidente. “Eu não estou em debate com vossa excelência”, disse Carvalho a Flávio.
“O direito da fala é meu, tem que respeitar. Ele [Flávio] interferiu na minha fala. Eu estou aqui ouvindo todos os discursos, ouvi quieto. Não admito esse tipo de intervenção. Ninguém é mais senador do que ninguém e eu tenho direito de dizer o que penso e como penso”, prosseguiu o petista.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, visivelmente incomodado, pediu direito de resposta e rebateu as críticas. “O que foi falado aqui é exatamente como o Judiciário está se comportando: há um prejulgamento – sequer há denúncia ainda, e a condenação já é pedida com prisão, com punição previamente determinada. Esse é o raciocínio de quem diz defender a democracia”.
O vídeo de parte da discussão foi publicado nas redes sociais do senador do PT. Na gravação, Carvalho também lembrou que foi perseguido pelo general Braga Netto, ex-ministro da Defesa durante o governo Bolsonaro, durante a CPI da Covid.
“Enviaram um oficial para investigar minha vida, um ataque grave que alerta sobre o que está em jogo na defesa da democracia brasileira nos dias atuais”, explicou no X, antigo Twitter.