O presidente Lula (PT) pode enfrentar um período de recuperação mais longo, além da possibilidade de sequelas, após a recorrência do sangramento intracraniano detectado na noite de segunda-feira (9). O problema, que exigiu uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10), está relacionado a um acidente doméstico ocorrido em 19 de outubro.
Lula foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após relatar dores de cabeça intensas. Segundo o neurocirurgião Luiz Severo, o novo sangramento intracraniano demanda cuidados mais rigorosos e um afastamento prolongado.
“Na primeira vez, ele ficou sob vigilância nas primeiras 48 horas do edema cerebral. Agora ele foi operado. Após uma craniotomia, a gente recomenda repouso de 15 a 30 dias, considerando que não tenha nenhum tipo de complicação”, afirmou Severo à Folha de S.Paulo.
Ainda não foi confirmado o tipo de hematoma diagnosticado em Lula, mas médicos acreditam que possa ser subdural, o mais comum em pessoas idosas, considerando a intervenção realizada. O tratamento inclui acompanhamento médico contínuo, com consultas neurológicas regulares para monitorar o progresso e identificar possíveis complicações.
A recuperação de Lula pode exigir suporte adicional, como fisioterapia para reabilitação motora caso haja fraqueza ou problemas de coordenação, fonoaudiologia para tratar eventuais dificuldades de fala ou linguagem e avaliação psicológica para lidar com questões emocionais e cognitivas.
O presidente Lula com pontos após acidente doméstico. Foto: Gabriela Biló
O neurocirurgião destacou ainda que a recorrência do sangramento intracraniano, seguida da necessidade de cirurgia, pode aumentar as chances de sequelas. Ele enfatizou que o impacto varia dependendo da gravidade da hemorragia e da rapidez com que o tratamento foi iniciado.
Nessas condições, o hematoma pode pressionar áreas cruciais do cérebro, como as responsáveis pela fala, motricidade e emoções. Essa compressão pode levar a sequelas que incluem dificuldades motoras, como fraqueza, problemas de fala, alterações cognitivas, como dificuldades de memória, concentração e raciocínio, além de impactos emocionais, como depressão e ansiedade.