Mesmo diante do aumento exponencial dos assassinatos e casos de violência praticadas pela Polícia Militar paulista, Guilherme Derrite, secretário estadual de segurança pública, segue intocável no cargo e não será demitido pelo governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) em razão de um acordo eleitoral feito com um cacique do Centrão.
De janeiro a 17 de novembro deste ano, 673 pessoas foram mortas por policiais militares, contra 460 nos 12 meses do ano passado - um aumento de 46%, segundo dados da própria SSP.
Na própria polícia, o aumento das abordagens violentas é creditada ao "capitão" Derrite, um dos bolsonaristas mais radicais, que incita a violência, especialmente contra a população negra periférica, e blinda PMs que a cometem.
O governador paulista é a principal aposta de uma "frente ampla" que une sistema financeiro, mídia liberal e centrão para ser o candidato da terceira via anti-Lula no pleito presidencial.
Tarcísio, no entanto, ainda não decidiu se deve trocar uma quase certa reeleição ao governo do Estado pela provável derrota na disputa presidencial contra Lula.
No entanto, o governador paulista já teria feito um acordo com outro ex-ministro de Bolsonaro, o presidente do PP, Ciro Nogueira.
Cacique do Centrão, Nogueira se encontrou com Derrite na terça-feira (3) e, em seguida, lançou o nome do chefe da PM paulista ao governo do Estado.
"Ele é nosso candidato a governador de São Paulo", caso Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) "decida disputar a eleição presidencial", afirmou à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
"Se Tarcísio disputar a reeleição ao governo, Derrite será então o nosso candidato ao Senado", emendou, sobre o acordo firmado com o ex-colega de ministério na gestão Bolsonaro.
Em relação ao recorrentes casos de violência, Nogueira diz que "as imagens chocam. Temos que condenar. Mas são fatos isolados".