“A reconstituição histórica dos últimos acontecimentos nacionais demonstra que o ocorrido na noite de ontem não é um fato isolado”, afirmou Gilmar. Ele aponta que os ataques de ontem e o de 8 de janeiro de 2023 “não surgiram subitamente”, mas foram incentivados pelo ex-mandatário.
“O discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria da desinformação foram largamente estimulados no governo anterior. Fruto de um sectarismo infértil, o radicalismo político grassou nas eleições de 2018 em uma campanha caracterizada pela ampla utilização das redes sociais para difusão de ódio, ataques pessoais e fake news”, prosseguiu.
Gilmar avalia que “símbolos de feriados nacionais foram sequestrados com objetivos eleitorais” e cita o 7 de Setembro de 2021, quando o então presidente fez ataques e ameaças contra ministros da Corte e incitou apoiadores a descumprirem ordens judiciais. O magistrado afirma que essas manifestações golpistas “não foram raras” e eram fomentadas por Bolsonaro ou aliados.
“Nos últimos anos, foram diversos atentados contra as instituições de Estado e os valores centrais da democracia praticados pessoalmente por expoentes da extrema-direita ou por cidadãos, como o de ontem, inspirados por essas lideranças” acrescenta.
Antes do ministro, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, também repudiou o ataque terrorista de ontem e citou o “incentivo” dos ex-deputados Daniel Silveira e Roberto Jefferson, e da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP).