“Muito influenciado pelas eleições americanas me parece o presidente Lula. A eleição do Trump ou da Kamala Harris não é indiferente ao presidente Lula. Lula tem proximidade a Kamala Harris para ser evitada a reeleição do Trump. Trump reeleito reforça Bolsonaro e bolsonaristas”, afirmou o jornalista.
Santos também destacou o papel que o presidente brasileiro vem desempenhando para manter boas relações com o governo americano, especialmente em um momento de tensões políticas globais. “Presidente Lula tem tomado um cuidado especial e com uma sintonia muito fina no sentido de não desagradar os Democratas americanos e o governo americano, especialmente nesse processo tão sensível. Isso pode dar alguma explicação em relação às últimas decisões geopolíticas do governo brasileiro e diplomáticas internacionais”, avaliou.
O jornalista relacionou essa postura com os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando houve uma tentativa de golpe no Brasil: “Essa situação vem sendo criada desde o passado, desde pelo menos, se não mais, na tentativa de golpe de 8 de janeiro no Brasil, no qual o governo do Biden se posicionou de maneira explícita contra a estratégia do bolsonarismo de desqualificar as urnas, de questionar o processo eleitoral”.
Mario Vitor Santos também lembrou o reconhecimento imediato de Joe Biden à vitória de Lula nas eleições brasileiras: “Joe Biden foi um dos primeiros a reconhecer a vitória de Lula. Não foi pouca a importância do reconhecimento dos Estados Unidos, houve uma espécie de antecipação, nem era o caso, mas os Estados Unidos não pediram qualquer ata para o Brasil para reconhecer na mesma noite o resultado das eleições brasileiras, então foi muito importante”.
Segundo o jornalista, essa proximidade com o governo Biden pode estar ligada a uma estratégia de Lula para blindar-se contra possíveis ameaças políticas no futuro: “O presidente Lula pode estar trabalhando para se blindar internacionalmente, para continuar a segunda metade do seu mandato, e blindar também, junto aos Estados Unidos, principalmente esse ator tão poderoso, e apesar dos crimes, pode também estar tentando blindar o seu segundo mandato ou cimentar a possibilidade de nova reeleição dele em 2026”, concluiu Santos.