“O cenário atual é o mais preocupante desde a II Guerra Mundial”, afirmou o presidente brasileiro ao iniciar seu discurso. Para ele, a democracia está sob ataque em diversas regiões, o que exige um esforço coordenado para que ela volte a ser reconhecida como o caminho mais eficaz para a conquista e efetivação de direitos fundamentais.
Durante sua fala, Lula destacou como exemplos de ameaças à democracia as ações violentas de grupos totalitários, a disseminação de notícias falsas e campanhas de desinformação, além de fatores históricos que ainda reverberam em algumas partes do mundo, como golpes militares na África. “No Brasil e nos Estados Unidos, forças totalitárias promoveram ações violentas para desafiar o resultado das urnas. Na América Latina, as notícias falsas corroem a confiança e afetam os processos eleitorais. Na Europa, uma mistura explosiva de racismo, xenofobia e campanhas de desinformação coloca em risco a diversidade e o pluralismo. Na África, golpes de Estado demonstram que o uso da força para derrubar governos ainda reflete resquícios do colonialismo”, detalhou.
Com um tom de urgência, o líder brasileiro enfatizou que retroceder frente aos ataques não é uma opção. “Recuar não vai apaziguar o ânimo violento de quem ataca a democracia para silenciar e retirar direitos”, afirmou. Segundo Lula, é necessário promover o pluralismo e a coesão social como bases para sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência.
O evento, que reuniu líderes e representantes de 20 países, além do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e do secretário-geral da ONU, António Guterres, teve como principal objetivo debater o fortalecimento das instituições democráticas e o enfrentamento de ameaças globais como a desigualdade, a desinformação e o extremismo.
O debate, idealizado por Lula e Sánchez, reflete o crescente reconhecimento da necessidade de esforços multilaterais para proteger as democracias e combater as forças que tentam miná-las. Como destacado por Lula, “a democracia em sua plenitude é base para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas.”
A mesa redonda também abordou a importância de restaurar a confiança das populações em suas instituições e processos eleitorais, especialmente em tempos de grande polarização política. Com a presença de importantes figuras globais, o encontro reafirmou o compromisso dos líderes presentes em lutar pela preservação e pelo fortalecimento da democracia, não apenas como sistema de governo, mas como pilar essencial para a promoção de direitos humanos e a justiça social ao redor do mundo.