Em entrevista coletiva realizada na sede do ONS, no Rio de Janeiro, o ministro destacou que, apesar da recomendação, o governo ainda está em fase de estudo e que "não há risco de crise energética". Ele reforçou que a decisão de implementar ou não o horário de verão está nas mãos do governo federal, mas será fundamentada por análises técnicas do setor elétrico. "A decisão do horário de verão é do governo, mas quem fundamenta é o setor energético", declarou Silveira, ressaltando que ainda precisa dialogar com outros setores envolvidos antes de qualquer anúncio.
O ministro também esclareceu que, mesmo que a medida seja aprovada antes das eleições municipais, o horário de verão não será aplicado antes do segundo turno das eleições. “Ainda não me convenci da necessidade de decretar o horário de verão”, pontuou ele, ao explicar que o cenário energético, apesar da baixa pluviometria, não gera preocupação imediata.
A atual crise hídrica é uma das mais graves em décadas, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). "Hoje temos o menor índice pluviométrico desde que o Cemaden começou a monitorar, há 74 anos", afirmou Silveira. O ministro também aproveitou a oportunidade para criticar a suspensão do horário de verão em 2019, dizendo que a decisão na época não teve base científica adequada, o que agravou a crise energética de 2021.
Além de reduzir a necessidade de geração de energia térmica, o horário de verão poderia contribuir para aliviar o consumo durante os horários de pico, especialmente em um momento em que as reservas hídricas dos principais reservatórios estão abaixo do esperado. Entretanto, a complexidade do cenário energético brasileiro exige que o governo avalie a viabilidade e o impacto de outras possíveis soluções antes de tomar qualquer decisão definitiva.
Com uma posição cautelosa, Alexandre Silveira reforçou que a prioridade é garantir a segurança energética do país sem causar transtornos desnecessários à população. A decisão final sobre o horário de verão deverá levar em conta não apenas as necessidades do setor elétrico, mas também o impacto econômico e social da medida.