Segundo o presidente, ninguém esperava o desempenho econômico que o país atingiu durante o seu terceiro mandato. “Nenhum de vocês imaginava, e muito menos o chamado mercado financeiro imaginava, que a gente estivesse na situação em que a gente está hoje. Vocês percebem que as coisas estão mudando. O dinheiro nesse país tem que girar, circular, não pode ficar parado na mão de pouca gente”, disse.
Na sequência, Lula enalteceu políticas criadas nos governos petistas que valorizam os pequenos empreendedores. “Você veja que se levou tanto tempo nesse país se falando de pequena e média empresa e se não fossemos nós não tinha a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, não tinha o MEI, não tinha o Ministério da Pequena e Média Empresa, a Apex não existiria. Tudo isso foi feito para criar condições de colocar os invisíveis a serem visíveis. E quando a gente consegue fazer com que os invisíveis sejam enxergados, a coisa melhora”, afirmou.
Na opinião do presidente, uma das grandes soluções para os problemas econômicos é garantir a capacidade de compra da população. “Que mundo a gente vai criar se a gente passa em São Paulo e vê aquele monte de gente dormindo na rua ou fumando crack todo dia e brigando com a polícia? São figuras que ficam abandonadas. Eu tenho que transformá-los em consumidores. A palavra mágica é transformar as pessoas em pequenos consumidores. Durante muito tempo eu fui atacado ‘porque o Lula só pensa em consumo’. E eu só penso em consumo porque não tem indústria se não tiver consumo. Ninguém vai investir em uma indústria se não tiver mercado. O milagre é a gente criar condições para que todas as pessoas tenham um pouco. Por isso, muitas vezes as pessoas se queixam do aumento do salário mínimo. O mínimo é o mínimo. Se um país cresceu 3%, aquele crescimento também teve como responsabilidade o trabalho do cara que ganha o mínimo. Então é justo que ele receba o equivalente ao aumento dos 3% da riqueza nacional”, explicou.
Por fim, Lula relembrou os ataques que recebeu de parte da imprensa quando criou o Bolsa Família. “Quando nós criamos o Bolsa Família no começo do primeiro mandato, muita gente escrevia artigo: ‘o Brasil está precisando de estrada, de pontes, por que o Lula não faz isso primeiro?’. Eu não fiz primeiro porque o povo não come cimento. O povo come feijão, arroz, farinha, pão. E era preciso garantir que ele tivesse direito. Na hora que ele tem o dinheiro e vira consumidor, ele passa a ser um cara comprador das coisas que você vender”, defendeu.