Quando o governo de Alberto Fernández chegou ao fim, em 10 de dezembro de 2023, o índice de pobreza estava em 41,7%, com 11,9% da população em situação de indigência, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Durante o primeiro semestre deste ano, a inflação acumulada chegou a 79,8%, com novos índices de pobreza esperados para serem divulgados pelo Indec no final de setembro.
Segundo a UCA, aproximadamente 24,9 milhões de pessoas nas áreas urbanas do país estão em situação de pobreza, incapazes de arcar com os custos da Cesta Básica Total, que em junho alcançou o valor de 873.168 pesos argentinos (cerca de US$ 624 à taxa de câmbio livre). O valor da cesta registrou um aumento de 76,1% no primeiro semestre, pressionando ainda mais a renda das famílias.
O relatório também destaca que 7,8 milhões de argentinos estão em situação de extrema pobreza, ou indigência, abaixo da linha da Cesta Básica de Alimentos, cujo valor em junho foi de 393.319 pesos (US$ 280). A cesta registrou um aumento de 63,4% no mesmo período.
Para o diretor da ODSA-UCA, Agustín Salvia, a situação de pobreza na Argentina é estrutural e não deve melhorar sem um aumento significativo na produtividade e na criação de empregos. "Se não houver aumento da produtividade e do emprego, não podemos pensar em uma redução desses níveis", afirmou Salvia.
O estudo também revelou que a insegurança alimentar afeta 24,7% das pessoas nas áreas urbanas pesquisadas, 20,8% das famílias e impressionantes 32,2% das crianças e adolescentes, indicando um cenário alarmante que requer atenção urgente do governo e da sociedade.