O X, também conhecido como Twitter, começou a ficar indisponível no Brasil na manhã deste sábado (31), após uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O bloqueio foi implementado após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) notificar as empresas que fornecem serviços de internet no país.
De acordo com a decisão, a suspensão da plataforma permanecerá em vigor até que o X cumpra todas as exigências do STF, que incluem o pagamento de multas acumuladas no valor de R$ 18,3 milhões e a nomeação de um representante legal no Brasil.
O bloqueio da rede social não é exclusivo ao Brasil. Vários países ao redor do mundo também impuseram restrições ao acesso à rede social.
O X foi bloqueado na China em 2009, pouco antes do 20º aniversário da repressão na Praça Tiananmen. Naquele ano, o governo chinês aumentou o controle sobre as redes sociais e bloqueou também o acesso ao Hotmail. O país mantém uma vigilância constante sobre a internet e as redes sociais, com relatos frequentes de prisões de usuários que criticam o governo.
Após o golpe militar em fevereiro de 2021, o regime de Mianmar ordenou que provedores de internet bloqueassem o acesso ao X, Facebook e Instagram. A repressão às manifestações nas ruas se expandiu para o ambiente online, com autoridades exigindo que empresas de telecomunicações entregassem dados de usuários às forças de segurança, de acordo com um relatório da ONU de 2022.
No Irã, o X e o Facebook foram banidos em 2009, durante os protestos da Revolução Verde. Em 2013, um erro técnico permitiu o acesso temporário às redes sociais, mas o bloqueio foi rapidamente reinstaurado. Até hoje, o acesso ao X permanece restrito para a maioria dos cidadãos iranianos.
Conhecida por seu controle rígido sobre o acesso à internet, a Coreia do Norte bloqueou oficialmente o X, Facebook, YouTube e outros sites de mídia em 2016. O acesso à internet é limitado a uma pequena elite, com a maioria da população norte-coreana completamente desconectada da web global.
Em março de 2022, após o início da guerra contra a Ucrânia, a Rússia bloqueou o acesso ao X e às plataformas da Meta, empresa dona do Facebook e Instagram. Mesmo após a aquisição do Elon Musk, o órgão regulador de comunicações da Rússia não encontrou motivos para suspender o bloqueio.
No Turcomenistão, o governo mantém controle absoluto sobre a imprensa e a internet. O acesso ao X e outras fontes de informação internacional é fortemente restrito, e os cidadãos que tentam usar VPNs para contornar o bloqueio podem ser multados. A mídia independente opera quase exclusivamente fora do país.
Em agosto de 2023, o presidente Nicolás Maduro determinou o bloqueio do X na Venezuela por 10 dias, alegando que a plataforma violou as leis do país e incitou o ódio e o conflito civil. O governo venezuelano aguarda que a empresa nomeie um representante legal no país para restaurar o acesso à rede social.