O estado de São Paulo registrou 305 queimadas neste sábado (24), uma redução de 83% em relação aos 1.886 focos observados na sexta-feira, quando foi registrado o maior número de incêndios em um único dia. Os dados são do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Com os novos registros, agosto já totaliza 3.480 queimadas, um número cerca de dez vezes maior do que o registrado no mesmo mês em 2023, quando ocorreram 352 incêndios.
Este número também é 42% superior ao maior registro mensal desde o início das medições pelo INPE, em 1998. Em agosto de 2024, o total de focos já supera em mais de mil o recorde anterior de 2.444 focos, registrado em agosto de 2010.
Apesar da redução, o número de queimadas deste sábado ainda é elevado em comparação à média histórica do estado. Foi o terceiro maior número de focos registrados em 24 horas neste mês de agosto, ficando atrás apenas das ocorrências de quinta e sexta-feira.
Focos diários de queimadas em São Paulo em agosto:
A diretora de Ciência do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Ane Alencar, explicou que a onda de calor que atingiu São Paulo após uma frente fria e seca criou as condições ideais para a propagação das queimadas no estado.
Segundo ela, a combinação de altas temperaturas com o ar seco após a frente fria proporcionou um cenário perfeito para o alastramento do fogo. Ela também afirmou que, embora a origem exata dos focos ainda seja desconhecida, é certo que não foram causados por eventos naturais.
Em resposta às queimadas, o governo de São Paulo criou um gabinete de pronta resposta. Neste sábado (24), o governador Tarcísio de Freitas sobrevoou as áreas mais afetadas no interior do estado. Aproximadamente 7,3 mil profissionais e voluntários estão envolvidos no combate ao fogo e na orientação da população.
A situação é especialmente crítica em cidades como Ribeirão Preto, onde uma tempestade de poeira e fuligem transformou o “dia em noite” neste sábado, gerando pânico entre os moradores, que em alguns casos precisaram deixar suas casas.