Autor de uma denúncia em que acusa Roberto Campos Neto de usar seu cargo na presidência do Banco Central para fazer fortuna com a taxa Selic em fundos de investimento exclusivos, Lindbergh Farias (PT-RJ) expôs o conluio do bolsonarista com agentes do sistema financeiro para especular com a taxa Selic.
Em seguida, Lindbergh citou o áudio vazado pelo Brasil 247 em 2021 em que o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, revela sua total influência sobre Campos Neto, que ligou para o banqueiro para perguntar sobre a taxa de juros.
Lindbergh também causou embaraço ao expor a relação espúria do presidente do Banco Central "autônomo" com Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.
"Não existe um presidente do Banco Central desenvolver um agregador de pesquisas para a campanha do Bolsonaro. Não existe votar com a camisa da seleção brasileira, fazer um convescote com Tarcísio [Gomes de Freitas, governador de São Paulo] e depois sair falando que me chamou para ser ministro. Isso é muito grave, abala toda credibilidade do Banco Central".
O deputado ainda ponderou a condução da política econômica, especialmente durante o governo Bolsonaro, quando o BC deixou de cumprir a meta da inflação em 2021 e 2022.
Lindbergh então encerrou com uma pesquisa incômoda e não respondida por Campos Neto no último encontro entre os dois.
"Nesses fundos exclusivos dos quais o senhor é proprietário existem títulos remunerados pela taxa Selic ou IPCA?, concluiu.