O presidente Lula (PT) recebeu, no Palácio do Alvorada, a ex-presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (26). Essa foi a primeira vez Dilma entrou na sede do governo desde 2016, quando ela foi destituída do cargo devido a um golpe em 2016. Atualmente à frente do Banco dos BRICS, a ex-presidenta está no Brasil para participar das reuniões do G20, que ocorrem no Rio de Janeiro.

A reunião foi registrada nas redes sociais de Lula, com uma foto publicada no X, antigo Twitter, à noite. Dilma, que reside em Xangai, na China, onde se localiza a sede do banco, participou na segunda-feira (22) da abertura do evento “States of the Future” no BNDES, um evento paralelo ao G20. Durante seu discurso, ela criticou o uso do dólar como “papel de reserva internacional” e abordou os desafios enfrentados pelo crescimento industrial devido à alta da moeda americana.

“Recebi a companheira Dilma no Palácio da Alvorada hoje de tarde. Primeiro retorno dela ao Alvorada desde 2016. Sempre bem-vinda”, escreveu Lula no X.

“O fato de ser uma moeda nacional e cumprir um papel de reserva internacional cria contradições. (…) Como é possível praticar a política de taxa de juros baixa para reindustrializar as economias desenvolvidas e, ao mesmo tempo, reindustrializar um país que precisa de dólar fraco e taxas de juros baixas para ser competitivo”, disse Dilma.

Além disso, Dilma destacou a importância de países emergentes, como o Brasil, avançarem no desenvolvimento industrial e tecnológico para não se tornarem meros consumidores dessas inovações. “Nós, países em desenvolvimento ou economias emergentes, caso do Brasil, não podemos nos transformar em meros consumidores das inovações tecnológicas que esta quarta revolução industrial e tecnológica produzirá”, afirmou.

“Caso façamos isso, seremos meros consumidores passivos, condenados a ser, nesta etapa decisiva da humanidade, exportadores de commodities”, completou, recebendo aplausos da plateia.

O encontro com Lula simboliza um momento significativo para a ex-presidente, que deixou Brasília sob gritos de “Dilma guerreira do povo brasileiro” em 2016. Desde então, ela se dedicou a funções internacionais, mantendo-se influente nas discussões sobre o desenvolvimento econômico global.

A presença de Dilma no Brasil para o G20 e sua reunião com Lula reforçam a importância das relações internacionais e do papel do Brasil nas discussões econômicas globais, especialmente em um momento em que o país busca fortalecer sua posição como uma economia emergente.