Antes de prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (17), o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), investigado no caso da Abin Paralela, mudou a versão sobre o motivo de ter feito uma gravação de 1h08 com Jair Bolsonaro (PL), Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, e duas advogadas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
No encontro no Palácio do Planalto, segundo a PF, Bolsonaro realizou tráfico de influência ao colocar a Abin, comandada por Ramagem, a serviço da defesa do filho no caso de corrupção que ficou conhecido como "rachadinhas".
Em vídeo nas redes, Ramagem afirmou que "a gravação da reunião de agosto de 2020 não foi clandestina" e que o grampo foi realizado devido a uma informação recebida sobre uma pessoa que participaria da reunião e que teria contato com o governador do Rio de Janeiro na época".
Agora, de acordo com Igor Gadelha no portal Metrópoles, Ramagem tem dito a aliados que fez a gravação por desconfiar de uma das advogadas de Flávio Bolsonaro: Luciana Pires, que participou da reunião.
A pessoas próximas, Ramagem afirma que teria recebido informações de que Luciana seria ligada ao ex-governador fluminense.
Ao site, a advogada afirmou que não acredita que Ramagem a acusou que "jamais esteve" com Witzel. “Não temos qualquer contato e nunca tivemos”.
Agenda
Após fazer birra e ameaçar abandonar a pré-candidatura de Ramagem a prefeito do Rio, Bolsonaro voltou atrás e terá dois dias de campanha intensa ao lado do deputado no Rio de Janeiro.
Nesta quinta-feira (18), os dois estarão na Tijuca, na Zona Norte da capital fluminense. E na sexta-feira (18), Bolsonaro e Ramagem estarão em Campo Grande, na zona Oeste, bairro mais populoso da cidade e principal nicho eleitoral do prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição que lidera com folga as pesquisas.
A agenda de Bolsonaro com Ramagem acontece dias antes de nova pesquisa, encomendada pelo PL, ir às ruas para medir o impacto do caso Abin Paralela na campanha do pré-candidato.
Na última pesquisa DataFolha, liderada por Paes com 53%, Ramagem marcava parcos 7%, atrás de Tarcísio Motta, do PSOL< que registrou 9%.