O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na próxima quinta-feira (13) e deve usar seu discurso para defender a democracia contra as ameaças da extrema-direita, além de enfatizar a importância da taxação de grandes fortunas e do combate à desigualdade social. Com informações de Jamil Chade, no Uol.
Antes da ida do petista ao evento, as eleições europeias deste fim de semana podem simbolizar uma forte guinada para o conservadorismo no continente. As pesquisas indicam que a extrema-direita pode se consolidar como uma das principais forças políticas na Europa, liderando intenções de voto em nove dos 27 países da União Europeia.
Lula será o principal orador na Conferência Internacional do Trabalho e fará uma parada em Genebra antes de participar da cúpula do G7 na Itália, na sexta-feira (14). O Brasil, após anos de ausência, retorna ao encontro das potências ocidentais pelo segundo ano consecutivo. Desta vez, o evento será presidido por Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália e líder de um governo de extrema direita.
O discurso de Lula na OIT será uma oportunidade para enviar mensagens claras tanto às grandes potências quanto aos países emergentes, sindicatos, trabalhadores e entidades empresariais. Sua presença na OIT reflete uma iniciativa conjunta com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em defesa do trabalho decente, uma das principais bandeiras da organização.
O presidente Lula ao lado de Joe Biden, com quem tem iniciativas em prol dos trabalhadores. Foto: Ricardo Stuckert
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ressaltou a relevância política da escolha de Lula de parar na OIT antes de se reunir com as principais potências. “A intervenção que chama a atenção para a degradação da situação do trabalho, antes de se sentar com as potências, pode ser uma mensagem simbólica importante”, explicou Marinho em entrevista ao Uol. Para ele, é um gesto que reafirma o papel do Brasil como líder nessa agenda.
No discurso, Lula também deverá falar da necessidade de um foco internacional no combate à desigualdade, considerado pelo governo brasileiro como um dos principais objetivos durante sua presidência do G20 em 2024. Segundo informações obtidas pelo Uol, Lula levará à Europa a proposta de aumentar a taxação sobre os ricos, tema recentemente discutido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o Papa Francisco.
A expectativa do governo brasileiro é que, ao final da presidência do G20, a questão da taxação das grandes fortunas esteja estabelecida como um tema permanente de debate no fórum das maiores economias do mundo. Contudo, ainda não há consenso sobre como essa questão será incorporada pelas grandes potências.