Mais de um terço dos deputados do PL, que tem a maior bancada partidária da Câmara, são investigados em inquéritos ou réus em ações penais. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro tem 95 parlamentares na Casa Legislativa e pelo menos 35 deles são alvos da Justiça, segundo levantamento do site Congresso em Foco.
O grupo de 35 parlamentares investigados ou réus é maior que diversas bancadas de partidos na Casa, como a soma dos deputados do PDT e do PSB. Essas ações contra os bolsonaristas estão em tribunais como o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os seis Tribunais Regionais Federais (TRFs) e os Tribunais de Justiça (TJs) estaduais.
Dos 35 alvos da Justiça, ao menos 13 têm pendências judiciais com o Supremo: cinco são investigados no inquérito das fake news, enquanto alguns respondem por envolvimento no ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília e outros por crimes contra a honra. Também há 18 parlamentares investigados ou réus na Justiça Eleitoral.
A lista inclui a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que é alvo de cinco ações no STF e no TSE por acusações de uso indevido de meio de comunicação e uma investigação penal. A parlamentar alega que “nenhum dos processos é por corrupção, desvios, improbidades ou similares” e que os processos são motivados por ela “incomodar a Justiça”.
Parte da bancada do PL reunida no salão verde da Câmara dos Deputados. Foto: Divulgação
Bia Kicis (PL-DF) é alvo de três ações no STF e no TSE por acusações similares, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) responde a quatro processos, sendo um por abuso de poder político e dois por uso indevido de meio de comunicação na Justiça Eleitoral e um por difamação na Suprema Corte.
Gustavo Gayer (PL-GO) é investigado em dois processos por uso indevido de meio de comunicação e foi alvo de uma terceira acusação no TSE por candidatura fictícia. Mário Frias é alvo de acusação similar na Justiça Eleitoral e ainda foi acusado de calúnia e injúria pelo humorista Marcelo Adnet em processo que tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
Nikolas Ferreira (PL-MG) é alvo de duas ações no TSE por uso indevido de meio de comunicação e acusado de transfobia em processo que tramita no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).
O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado Ricardo Salles (PL-SP) também tem processo similar na Justiça Eleitoral e é alvo de duas outras ações: uma no TRF-1 por corrupção passiva, crimes contra a flora e organização criminosa, e a segunda no TRF-3 por prevaricação.
Veja a lista de todos os réus ou investigados do partido: