Neste domingo, se confirmou a vitória da esquerdista Claudia Sheinbaum como nova presidenta do México. Com uma avassaladora vitória, a sucessora de André Manuel López Obrador levou as eleições com uma expressiva votação que pode alcançar 60% dos votos válidos.
Ela sempre foi favorita no pleito, despontando com mais de 55% das intenções de voto em praticamente todas as pesquisas. E confirmou o favoritismo vencendo com facilidade Xóchitl Gálvez, candidata da centro-direita fisiológica do PRI e das elites mexicanas.
Sheinbaum herdou, claro, a avassaladora popularidade de López Obrador, mas conquistou sua vitória também baseada em sua trajetória política.
Considerada uma figura extremamente técnica, dura e apelidada de "Dama de Gelo" pela oposição, Claudia se tornará a primeira presidenta mulher do México.
Sheinbaum foi prefeita da Cidade do México e ficou conhecida por sua gestão extremamente eficaz, mas ligada aos movimentos populares e com enfoque em políticas para mudança climática.
Engenheira em desenvolvimento sustentável e com amplo reconhecimento acadêmico, Sheinbaum tem como uma de suas bandeiras a preservação do meio ambiente de maneira eficaz, conectada com os movimentos sociais e com os povos indígenas, que apoiam fortemente o seu partido, o Morena.
Sheibaum também fez parte do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC), que ganhou o Nobel da Paz de 2007.
O legado a ser continuado
Como presidenta do país, terá algumas missões: continuar o legado de transformaçõe sociais e reformas herdado de López Obrador, que expandiu a assistência social em um modelo parecido com o Bolsa Família e subiu o salário mínimo em mais de 85% acima da inflação.
Sheinbaum também promete reforçar o combate aos cartéis, fator que deu popularidade a AMLO, e que posicionou a esquerda como a principal força política contra o crime organizado mexicano.
O seu grupo político tem sido a principal vítima dos cartéis, com deputados e candidatos a senadores assassinados ao redor do México por seus conflitos com o crime organizado.
No Parlamento, o Morena possui uma significativa bancada no Senado e na Câmara dos Deputados.
O partido possui um discurso populista e de campanha contínua, se posicionando como o grupo contra as elites do México e contra o imperialismo estadunidense.
Sheinbaum deve manter a política não-alinhada em nível de relações internacionais e, assim como AMLO, deve manter suas parcerias e proximidade com o governo Lula.
Ao contrário de AMLO, a nova presidenta do México sempre esteve na esquerda do espectro político e é vista como uma condutora de mão forte, e pode levar o país para um caminho mais focado no social do que seu antecessor.
Sheinbaum também não possui o perfil de Obrador em nível comunicacional: seu antecessor fazia zombarias de seus adversários e quebrava a liturgia do cargo com ironia e combatividade frente a seus inimigos. A nova presidente do México deve ser mais sóbria, mas menos conciliadora com seus rivais, como apontam os analistas mexicanos a partir de sua experiência como prefeita do México.
Uma judia pró-Palestina, com mão forte contra a direita e extremamente técnica. Sheinbaum será uma dama de gelo. Um terror para as elites, para o sionismo e para os cartéis mexicanos. E uma pedra no sapato dos EUA.
Claudia Sheinbaum - partido
Claudia
Sheinbaum é do partido Morena, o Movimento de Regeneração Nacional,
principal grupo de esquerda do cenário eleitoral mexicano.
Claudia Sheinbaum - Palestina
Primeira presidenta judia do México, Claudia Sheinbaum é pró-Palestina e crítica do genocídio perpretado por Israel na Faixa de Gaza.