Investigações apontam que os irmãos presos enviaram mensagens com requintes de crueldade para a família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os suspeitos chegaram a detalhar o que pretendiam fazer com os filhos de Moraes, dizendo que poderiam metralhar e jogar uma granada no carro da família.
As investidas ocorreram entre abril e maio deste ano, por 11 dias de forma ininterrupta. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os e-mails também citavam “comunismo”, “antipatriotismo” e até mesmo planos de degolar os familiares do ministro.
Devido à gravidade do caso, a Polícia Federal (PF) conseguiu identificar os suspeitos, que foram presos nessa sexta-feira (31/5).
O procurador-geral, Paulo Gonet, afirmou que a conduta “evidencia com clareza o intuito de, por meio das graves ameaças a familiares do ministro Alexandre de Moraes, restringir o livre exercício da função Judiciária pelo magistrado do Supremo Tribunal Federal à frente das investigações relativas aos atos que culminaram na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito em 8 de janeiro”.
Gonet destacou ainda haver provas suficientes da existência do crime e indícios razoáveis de autoria, já abordados, que vinculam os irmãos Raul Fonseca de Oliveira e Oliverino de Oliveira Júnior aos fatos.
Reprodução/STMFuzileiro naval Raul Fonseca
“A gravidade das ameaças veiculadas, sua natureza violenta e os indícios de que há monitoramento da rotina das vítimas evidenciam, ainda, o perigo concreto de que a permanência dos investigados em liberdade põe em risco a garantia da ordem pública”, frisou em manifestação.
Irmãos presos
A Justiça manteve Raul Fonseca de Oliveira, 42 anos, e o irmão presos preventivamente. Raul é segundo-sargento e fuzileiro naval da Marinha.
Raul estava em casa, na região da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro (RJ), quando foi detido por uma equipe da PF. Oliverino foi preso em São Paulo.