Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) analisaram como frágeis as justificativas apresentadas pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre sua estadia na embaixada da Hungria em fevereiro.
Bolsonaro permaneceu durante dois dias na representação diplomática, logo após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal. Em declarações reservadas, os magistrados do STF criticaram os argumentos de Bolsonaro como “fracos” e incapazes de explicar os motivos de sua presença na embaixada húngara.
A visita ocorreu logo após o ex-presidente ter seu passaporte confiscado em uma investigação sobre supostos planos de golpe de Estado pós-eleição de 2022, conforme revelado pelo The New York Times.
Jair Bolsonaro se escondeu por dois dias na embaixada da Hungria. Foto: Reprodução
A defesa de Bolsonaro alegou que sua estadia na embaixada foi motivada por uma agenda política ativa, incluindo encontros com líderes estrangeiros conservadores. Essa justificativa foi apresentada ao ministro Alexandre de Moraes, que concedeu um prazo de 48 horas para esclarecimentos adicionais.
Além disso, a defesa enfatizou que Bolsonaro informou previamente suas ausências do país devido às investigações em curso. No entanto, a polêmica em torno de sua estadia na embaixada da Hungria levantou questões sobre uma possível tentativa de busca de asilo político.
A Polícia Federal iniciou uma investigação para determinar se Bolsonaro estava procurando asilo na embaixada, o que poderia ser interpretado como uma tentativa de fuga. Enquanto isso, ministros do STF consideram com cautela a possibilidade de um eventual pedido de prisão preventiva do ex-presidente.