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Exigência de delegado preso sobre morte de Marielle incomodou assassino Ronnie Lessa

Assassino confesso de Marielle, Lessa disse que delegado Rivaldo Barbosa exigiu que ela não fosse morta em trajeto envolvendo a Câmara

Publicada em 25/03/24 às 11:03h - 8 visualizações

Metrópoles/Guilherme Amado


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Exigência de delegado preso sobre morte de Marielle incomodou assassino Ronnie Lessa
 (Foto: Divulgação/Fernando Frazão/Agência Brasil)

Assassino confesso da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018, o ex-PM Ronnie Lessa disse em sua delação premiada que o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, fez uma exigência a respeito do ataque a Marielle: que o crime não fosse relacionado à Câmara Municipal do Rio, ou seja, não fosse executado nos trajetos da vereadora indo ou voltando à Casa.

A ordem de Barbosa contrariou Lessa. Tanto que, segundo a delação, o pistoleiro pediu uma reunião com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão para relatar dificuldades e tentar demovê-los da exigência do delegado. Lessa, no entanto, não teve sucesso e ouviu dos supostos mandantes do crime que a ordem de Rivaldo Barbosa teria de ser cumprida. Caso contrário, a emboscada poderia até ser abortada.

No relatório apresentado ao ministro Alexandre de Moraes, que ordenou as prisões dos irmãos Brazão e de Barbosa, a PF cita o relato de Ronnie Lessa sobre a exigência para que Marielle “não fosse executada em trajeto de deslocamento de ou para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pois tal fato destacaria a conotação política do homicídio, levando pressão às forças policiais para uma resposta eficiente”.

O delegado é apontado pelas investigações como um dos responsáveis por planejar “meticulosamente” o assassinato da vereadora e se encarregar de blindar os assassinos e mandantes das investigações.

Segundo Ronnie Lessa, diante da insistência dos mandantes do crime para que a exigência de Rivaldo Barbosa fosse cumprida à risca, seguiu com o monitoramento de Marielle Franco.

No dia do assassinato, 14 de março de 2018, ele afirmou que, por volta do meio-dia, recebeu uma ligação de Edmilson Macalé, apontado como miliciano próximo a Chiquinho Brazão e responsável por arregimentar Lessa para o assassinato.

Conforme a delação do ex-PM, Macalé lhe disse na ocasião que havia recebido uma ligação de um celular vinculado a Laerte Silva de Lima, infiltrado pelos criminosos no PSol para monitorar Marielle.

Ao atender a ligação, no entanto, Macalé teria se surpreendido ao perceber que quem falava com ele era Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como Major Ronald. Ele passou a Macalé a informação de que, naquela noite, Marielle Franco iria a um evento na Casa das Pretas, na Lapa.

Lessa, então, contou ter sido informado por Macalé e se articulado com Élcio Vieira de Queiroz para ir ao local. Queiroz dirigia o carro Cobalt cinza clonado de dentro do qual Lessa metralhou Marielle e Anderson, que haviam saído do evento a bordo de outro veículo.




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